sábado, 12 de outubro de 2013

Fairy Tale

    
     Sabe as histórias contadas pelos seus pais sobre bruxas e feiticeiros malvados que podem matar você, vampiros bebedores de sangue, lobisomens mutiladores, zumbis comedores de carne humana? Que depois eles têm o prazer de desacreditar? Elas são reais, mesmo que o homem esteja tão voltado à tecnologia que mal veja a magia no mundo, ela existe com tanta força que você nem pode imaginar o quanto é ruim ... Não me olhe assim, não sou um louco!
     Como eu sei de tudo isso? Deixa eu te contar minha história:
     Eu odeio correr, e algo que me deixa puto. E lá esta eu correndo atrás de uma
mulher, que eu tinha de matar, corri mais que ela sou treinado para isso e fiz um
corte no braço dela, no susto ela caiu.
     - Por favor, não faça isso comigo? Pede a mulher com toda pureza que se pode imaginar. – Juro que nunca pratiquei isso...
     - Não me venha com está história, eu vi, te investiguei, não tem como me enganar. Sou um garoto pouco mais de quinze anos, tenho um olhar frio e uma determinação incrível. – Agora tenho que acabar com isso, tenho aula amanhã.
     Dei um sorriso e um único disparo entre os olhos, eu uso uma Glock 380 prateada com silenciador, tinha uma cruz vermelha no cabo branco, mexi em minha mochila e peguei um vidro de gasolina, joguei sobre corpo e ateie fogo, nunca se sabe quando uma dessas vai se levantar mesmo depois de um tiro entre os olhos, raça maldita elas são, apesar de que aquela ali era um delicia. Sério top de linha.
     Desculpe a minha falta de modos, meu nome é Gabriel Andrade e sou órfão, fui criado pela igreja com um único intuito, caçar bruxas, não ria a coisa e séria, sou um adolescente ainda, mas sou bom no que faço, me vejo como um guardião de raça humana, foi quando resolvi ir atrás de uns amigos que foram investigar um grupo de adolescente e não voltaram, odeio ter de terminar o trabalho de um cara que não dá conta de um bando de fã de Harry Potter, adoro H.P, sou de
Membro credenciado de Sonserina é tudo, moro no Rio de Janeiro, aqui tem todo o tipo de doido o que complica ainda mais nosso trabalho de caçar bruxas ou o nome oficial Anjos da Morte, eu sei muito brega, não escolhi o nome, nem o emprego, passei no Orfanato que serve de quartel e peguei os dados da missão, dois membros desaparecidos e mais cinco mortes que eram suspeitas, até meus amigos sumirem, peguei minhas armas, uma katana, minha Glock, e vários
símbolos sagrados da religião Cristã, nada muito chamativo, a katana iria num tubo de carregar projetos, a Glock e de uma liga não metálica, porém muito forte, os padres me deixaram em Caxias, uma lugar legal, com gente simpática, como todos aqui, fui ao endereço que foi a última localização dos meus amigos, normalmente eles mandariam outra pessoas, não sou o mais amado predileto entre os caçadores, sou o mais eficaz, Internato Apóstolo Fiel, o diretor da
Internato fez seu papel de me falar sobre todas as qualidades do lugar, sou biblioteca era imensa , livro sobre diversos assuntos, mas porém alguns estavam incompletos, livros sobre línguas mortas e coisas do tipo, putz, sério que era num internato misto Cristão que estava o problema, não sou um santo, detesto igrejas, fazer o quê? Calma ai, não me recrimine antes de morar em uma por todo o tempo que você lembra de sua vida, menti dizendo que queria ver o Internato, pois
talvez fosse me matricular para o próximo ano, uma mentira deslavada, preferiria
ter as unhas arrancadas do que ficar ali.
     -Estranho Diretor Paulo, vejo obras acadêmicas incompletas em sua biblioteca. Disse com cara de muito interesse.
     - Sim , vejo que é bem observador meu jovem, estão emprestadas aos meus alunos, uma turma especial. Seu sorriso me deu calafrios e decidi sair dali, pelo no meu trabalho passo bastante tempo na rua, caminhamos por todo Internato e ouvi comentários de uma fuga para ir a uma Bar no centro, eu obviamente estaria lá, ali todos eram santinhos, na rua se mostra a verdadeira face, descobri com as meninas onde era o bar e jogando meu charme consegui ser convidado, disse que
estaria lá quando chegasse e que as primeiras rodadas seriam minhas. Era sempre muito fácil, adolescentes, mais bebida de graça, igual a verdades do álcool, foi uma igreja bem distante e pedi abrigo em nome da minha posição que também era falsa, dormi, tomei banho, comi três vezes, não posso ficar bêbado por fome, lá fui eu a caminho do tão mal falado Bar do Zeca, fui recebido pelo
mesmo, que é um velho muito querido pelo que vi, a noite caiu e o grupo do Internato chegou, o clima até então calmo mudou, as pessoas saíam da frente, desviavam os olhares, eles eram temidos, era nítido isso, logo me viram e me juntei a eles, uma das meninas resolveu saber o meu nome que até agora não tinham perguntado.
     - Sou Gabriel, e infelizmente meu padrasto quer se livrar de mim e minha mãe é fraca demais para fazer algo, seu um tivesse total controle da minha energia eu acabaria com os dois. Dei um tiro no escuro para ver a cara deles, eles se entre olharam e começaram a gargalhar...
     - Não vai dizer que você e um tipo de mutante, não você e uma mago de sexto nível. Disse uma garoto, muito bem vestido, era claramente o líder. - Vamos honre nos com uma demonstração de sua energia.
     Sou um trapaceiro nato, sempre sou punido por roubar para vencer, desta vez não seria diferente, em minha manga havia um conjunto de molas que disparavam um mini dardo com tranquilizante, praticamente invisível, pois a pressão e grande e o dardo e muito pequeno e fino. Olhei para um dos garotos do grupo e acionei o disparador, fiquei fazendo caretas por uns dez segundos e ele caiu, eu também cai, fingindo quase desmaiar, houve um silêncio entre eles, eu havia impressionado as pessoas.
     - Puta que pariu, nunca senti tanta energia sendo direcionada, com o treinamento certo, você vai ser um Semi-Deus, como alguns de nós somos e todos serão um dia, meu nome é Leonardo, sou o líder deste grupo de magia, que agora aceita você, por hora você será um novato, mas vejo um grande futuro para você cara. Disse Leonardo que estava claro não ser o líder de verdade, no máximo um puxa saco esforçado, mas bruxo? Se ele é bruxo, eu sou o Criador, sorri e estendi
a mão, foi quando uns dos caras do grupo me chutou nas costelas.
     - Olha o novato, acha que é igual os veteranos, somos a elite, Os Senhores do Destino, vai buscar a porra da bebida, fui buscar, trouxe varias cervejas e um copo com água do vaso, e joguei na cara do babaca, ele voou para cima de mim, parecia uma tartaruga ao meu ver, tenho um ótimo treinamento, bloqueei seu soco e o imobilizei com um mata leão e uma chave de rim, até que imploraram para que eu o solta-se, todos gargalharam pois o novato havia mostrado que nunca seria humilhado, conversei com eles sobre coisas que vi bruxas fazerem dizendo que era eu quem tinha feito.
     A noite inteira bebemos e nos vangloriamos de sermos os mais poderosos bruxos de tudo Rio de janeiro, porém minha vontade era de espancar cada uma deles até saber onde estavam meus amigos, mas não poderia prender todos de uma única vez, tinha que fazer tudo de maneira bem planejada e eu faria isso.
     - Vamos sair daqui, temos de treinar, todos sabem que se queremos continuar com nosso pequeno reino precisamos estar preparados para contra-atacar se algum idiota quiser nosso lugar. Disse Leonardo, todos começaram a andar e eu ali parado, ninguém olhou para trás até chegarem a esquina. -E ai não quer ser o melhor? Deve andar e treinar com os melhores, nós.
     Estava sendo muito fácil, não queria ir, mas precisava saber onde eles se escondem quanto estão fora do Internato, nos dividimos em grupos, dois por táxi, e começamos a seguir, eu estava com uma menina que era linda, porém tímida demais, estávamos já uns cinco minutos sem dizer nada, ela segurou minha mão do nada, ela estava tremendo e com a mão coberta por uma camada de suor frio.
- Você não deveria ir, eles sempre machucam os novatos, não importa se você é bom de briga, eles vão te machucar e eu não quero que isso aconteça, eu te vi antes de você aparecer, em meus sonhos, sei que você vai nos matar, e acho que merecemos morrer, eu nunca quis ferir ninguém, mas sou fraca e covarde demais, para impedi-los. Ela chorava ao dizer aquilo, ela sabia de mim e ficou em silêncio, ela agora tentava me proteger deles, nunca em toda minha vida alguém esteve
preocupado com minha segurança, aquilo me atingiu como um raio, minha mente estava confusa, ela era uma deles, uma maldita bruxa, então por que?
     - Onde estão os dois que vieram antes de mim? Eles estão vivo? Perguntei com minha voz fraca ainda em choque.
     - Leonardo os prendeu em algum lugar, juro que não sei onde. Ela olhava dentro dos meus olhos e eu era invadido por um calor e uma embrulho no estômago - Qual é o seu nome? E por que está me ajudando a destruir o pequeno circo de horrores de vocês?
     - Eu tenho sonhado com cada versão do futuro que pode acontecer, foi quando vi você, eu me apaixonei por você na mesma hora. Ela beijou minhas mãos com uma devoção, como se eu fosse um tipo de santo, puxei minhas mãos e olhei bem para ela, os cabelos longos e ruivos, a pele de mármore, os seios grandes e firmes, nosso como ela era gostosa! - Meu nome é Valkiria e não vou permitir que machuquem você.
     O táxi parou, havia mais uns dez táxis ali, era uma casa bem próxima do Internato, na verdade era uma mansão, murros altos, cerca eletrificada, uma área enorme e uma esplêndida mansão no centro.
     - Ainda da tempo, vai, eu invento uma desculpa para você. Valkiria estava realmente com medo por mim? Ou só queria me afastar dos amigos dela? Sorri para ela, peguei na mão dela e caminhamos com passos firmes até o portão, não havia ninguém a vista, passei pelo portão e algo atingiu minha cabeça, tudo rodou e ficou escuro, ainda ouvi gargalhadas e a voz de Valkiria implorando para que eles parassem, ai apaguei, acordei sentado, amarrado, vendado e com uma
enorme dor no corpo inteiro, tentei me soltar, mas estava muito bem amarrado, ouvi passos e a venda saiu de meus olhos que imediatamente queimaram com as luzes do local, aos poucos voltei a ver estava todos lá, me observando, Valkiria esta sendo contida por dois caras, Leonardo e o cara que bati estavam a poucos metros de mim, sorrindo como uns psicopatas, controlei minha respiração e sorri de volta para eles.
     - Isso é um tipo de iniciação? Se for não gostei e quando eu sair daqui vou arrebentar cada um de vocês meninos. Disse o que eu realmente queria fazer, mas que não havia como fazer naquele momento.
- Você está nas nossas mãos, era você que deveria ter medo e ser mais educado, ou podemos machucar muito você. Disse o cara olhando para Leonardo, o mané chega mais perto com um punhal na mão, era bem grande e parecia bem afiado também, tentei pensar em algo que pudesse ter originado aquilo, e não lembrei de nada, sempre odiei as aulas em sala, só gostava de aulas praticas, agora vejo que deveria ter dado muito mais atenção as aulas. - Desista de entrar em nosso seleto grupo, você não tem o que é preciso para ser um de nós.

     - Carlos, não vai adiantar falar nada com este ai, acho que devemos aproveitar e usar o sangue dele em um de nossos rituais. Aquele não era o Leonardo que estava no bar, sua presença era como a de um rei, não o moleque de antes, ele estendeu a mão e pegou o punhal e enterrou na minha perna, não grite, não me debati, apenas tentava soltar minhas mãos ou pernas, que se dane o resgate, só preciso de um vivo para que me leve aos outros, consegui soltar minhas duas pernas, joguei todo meu peso para trás, fazendo um mini mortal, meus pés atingiram o queixo de Leonardo que caiu para trás, a cadeira não resistiu ao impacto e se quebrou, com um pulo passei as mãos para frente, uns quinze caras começaram a vir na minha direção, Valkiria tinha razão, nunca deveria ter entrado, maldita arrogância, maldita irresponsável, agora desarmado, com as mãos presas, em uma lugar desconhecido e o pior em uma desvantagem numérica feia, cada um pegou uma arma branca, adagas, punhais, espadas, eles tinham muitas lâminas e eu terei sorte se morresse rápido. Um vento frio invadiu o lugar, as lampadas piscavam, todos olharam para mim, mas minha expressão deixava claro que não era obra minha, meus olhos foram até onde Valkiria
estava, ela tinha os olhos brancos e as veias apareciam em seus rosto, ela caminhou a parou ao meu lado, um fio elétrico cai entre nós e o grupo armado, neste momento ela desmaia, odeio quando estou quase vencendo e as coisas mudam, a coloquei atrás de mim e segurei o fio.
     - Vou lhe dar uma chance. Vá embora e não volte e nada acontecerá com você. Disse Leonardo que caminhava até onde eu estava, eu poderia voltar armado e acabar com todos, mas tinha que descobrir o que eles estavam planejando.
     - Eu nunca recuo, nunca, se não me queriam aqui era só dizer, sempre aprendi sozinho, eu não tenho medo de vocês. Disse, na verdade eu estava com medo, mas precisava saber e tudo, para o meu espanto todos riram e aplaudiram, colocaram as lâminas na mesa e se sentaram.
     - Primeira lição, uma vontade inquebrável, você demonstrou, uma força de vontade admirável, parabéns irmão e seja bem vindo a nossa família. Disse Leonardo, caminhando até onde estava e me abraçando. - Nossa a Val deve mesmo gostar de você nunca a vi tão irada, vamos ao que interessa, aqui estudamos magia, treinamos mente e corpo, realizamos a maior parte de nossos
praticas, este é nosso templo aos Deuses das Trevas e você chegou em um momento único, estamos a poucos passos de dia vinte um de dezembro, o dia que os tolos acham que o mundo vai acabar, nós vamos usar a energia deste dia carregado de magia para invocarmos o Primeiro Decaído, eles nos dará um poder invencível e poderemos finalmente parar de viver nas sombras, chega de mandarem na gente, chega de regras idiotas, seremos reis e rainhas de uma nova
era, sei que você tem poder para nos ajudar, mas precisávamos saber se tinha uma mente impenetrável, o medo nos faz existir e um segundo de duvida e a morte para quem vive neste caminho, está pronto para ser um Deus?
     Eu devia estar maluco, ele estava falando mesmo de trazer Lúcifer à terra? Era muita viagem, ninguém nunca conseguiu tal coisa, e muitos tentaram, o Arcanjo Caído tinha um poder infinitamente incompreensível para mentes humanas, agora eu tinha vontade de rir, era loucura de mais.
     - Claro que estou pronto, vamos mudar o mundo e refaze-lo a nossa imagem, uma versão forte e decidida. Eu estava fazendo o máximo de esforço para não rir na cara dele, eu precisava salvar meus amigos e depois acabar com a festa destas bestas. - O que posso fazer?
     - Agora precisamos de vidas para o sacrifício, mas exatamente cinco jovens almas, assim poderemos traze-lo para este plano e sermos premiados. As palavras de Leonardo eram para mim como as de um fanático religioso, e um líder fanático acaba levando muitos a morte, aquilo tinha de acabar o mais rápido possível.

     - Eu consigo, mas onde eles ficaram até o momento do rito? Só precisava saber onde meus amigos estavam e solta-los e voltar e matar cada um ali presente, muitos me criticam por não acreditar em salvação, eu elimino o lixo da terra, nunca tentei salvar nem uma das almas que matei, e olha que foram muitas.
     - Temos celas para eles no porão, lugares onde temos cinco esperando o momento, precisamos de cinco aqui e de marcar mais cinco pontos pela cidade, você vai ficar com o grupo que traz as oferendas para cá, enquanto o meu grupo abençoa alguns lugares. Disse Leonardo andando até um pequeno bar e abrindo uma garrafa de vodka e bebendo um longo gole. - Agora vamos festejar sua chegada e amanhã começaremos os últimos detalhes de nossa ascensão.
     O lugar virou uma festa a Baco, onde se bebia e se transava e ninguém era de ninguém, eu ainda estava com Valkiria nos braços quando começou a orgia, aquilo não podia ser nada sagrado era apenas sexo em grupo, caminhei com Valkiria no colo, apanhei uma garrafa de vinho e fui para um dos quartos e fiquei ali velando seu sono, era alta madrugada, quando sai do quarto e comecei a investigar o lugar, era realmente enorme, mas achei o tal porão, vi as pessoas que ele queria matar, eram apenas jovens com medo, e entre eles estavam meus amigos, libertei a todos a estávamos saindo dali quando o grupo inteiro, com exceção de Valkiria nos esperava no salão perto da porta.
     - Eu sabia que ele não era de confiança. Disse Carlos com uma espada medieval nas mãos. - Ele deve ser como os outros dois ali, um inquisidor miserável, vamos matar os inquisidores e mandar o gado humano de volta para as celas.
     Não havia outra saída teríamos de lutar e vencer para sair dali, não que eu ligasse de matá-los, mas os outros dos eram mais dedicados a salvação das almas.
     - Sabem o que temos de fazer, nada de redenção esta noite, temos civis aqui, eles não podem voltar para celas, e eliminar cada um dos infiéis e voltar para casa. Eu disse com uma autoridade que detestava usar, mas era necessária naquele momento, minguem mais seria vitima daqueles animais, aquilo acabaria ali.
     Nós três corremos para a batalha, nem mesmo os mais ou menos trinta oponentes seriam capazes de vencer três caras muito motivados e treinados, corri a direção de uma garota e peguei a adaga que ela estava nas mãos, antes que ela tivesse tempo abri a garganta dela com a adaga, atirei a adaga em uma dos caras que corria na direção das pessoas assustadas no fundo da sala, acertei no olhos e ele caiu morto, eles não utilizavam os tais dons, foi quando vi Carlos levantar um dos meus amigos e joga-lo longe, aqui não era normal, ele estava no
mínimo possuído por alguma força maligna, corri na direção dele, matando tudo que ficava em meu caminho, eu tinha conseguido uma katana com um dos que matei, eu ataquei com fúria na direção do pescoço do maldito, ele segurou a lâmina com as mãos nuas, poucas vez tinha visto aquilo, era um demônio poderoso no corpo dele, o maldito possessor sorriu para mim.
     - Se não é o menino que sobreviveu a mim uma vez a dez anos atrás, vejo que ainda tem ódio de minha raça. Disse o demônio com sua voz grossa, não podia acreditar eu estava novamente diante do demônio que matou minha família e me colocou nesta missão de merda de matar bruxas, afastei alguns passos dele, eu tremi de ódio, por causa dele, eu era um maldito assassino, agora tinha a chance de faze-lo pagar por todas dor que ele me causou, o demônio se lançou contra mim, a katana cair de minha mão e escorregou para longe de mim. - Ainda é o mesmo menino indefeso que não me deixaram matar, sente saudades de seus pais e de sua irmãzinha? Pode deixar que logo estará no inferno ao lado deles sofrendo.
     Ele me socava com muita força, cada soco me deixava mais perto de desmaiar e da morte, não podia desistir, não depois de ter passado por todo o treinamento infernal que foi minha infância, enfiei os polegares em seus olhos e ele saiu de cima de mim, procurei algo em meus bolsos e achei uma cruz de prata, levantei a cruz na direção dele e ele gargalhou em resposta.
     - Você não tem fé garoto, isso é só um enfeite na sua mão, não tem poder algum contra mim. Ele se aproximava lentamente saboreando a vitória fácil que terei, posso não ser um grande devoto ao Senhor, mas era uma lutador excelente, corri até ele, com minha ação o peguei de guarda baixa e enterrei a base da cruz no olhos dele, não importa quem tenha possuído o corpo, a alma pode ser poderosa, mas o corpo é humano, sendo assim pode morrer, tudo que eu precisava
era atingir o cérebro com a cruz, o que não aconteceu, pois ele se levantou e me levanto pela garganta, me debati, chutei, mas nada mudava o fato que eu estava morto, foi quando uma lâmina atravessou o coração da besta e ele caiu, vi Valkiria parada ainda com a espada na mão, a luta estava acabada, não havia mais minguem do grupo deles vivo, foi quando ouvi a voz e Leonardo me chamando, fui até ele, que estava com o abdômen aberto, mas ainda vivo.
     -Acha que venceu, o nosso líder vai continuar e vai vencer no final, e ainda matará você, dê uma até logo para ele. Com suas últimas forças apontou para uma câmera na parede, merda eu não tinha visto aquilo e agora não sabia o que poderia acontecer.
     - Vamos sair daqui agora, tem alguém nos vendo pelas câmeras Corremos para saída, eu fiquei para trás para arrumar um jeito de fazer aquilo tudo explodir, na falta de gasolina, tínhamos gás para mandar o lugar para os ares, corri até a cozinha e havias varias coisas sobre a bancada, algumas me chamaram muitas atenção, peguei o que me interessava e preparei tudo para explodir e corri o mais rápido possível, mesmo assim quase que não consigo, muitas pedras e fogo, nossa
parecia a festa de ano novo em Copacabana... Ao sair vejo meus companheiros apontando suas armas para Valkiria.
     - Ainda restou uma,o que fazemos com ela? Diz Marcos, nunca tinha sentido tanto ódio na voz dele.
     - Ela está conosco, não teria sobrevivido sem a ajuda dela, vocês sempre me disseram que as vez matar não é a única opção, acho que eu resolvi tentar isso agora, confiam em mim? Ele sorriram para mim e começamos a caminhar para rua, onde tivemos de nos esconder para não sermos presos, pela polícia que estava chegando, na boa quando precisamos de uma polícia lenta, ela é rápida, caminhamos por algum tempo até José perguntar.
     - Para onde agora? Precisamos descobrir quem é o chefe deste grupo. José tinha razão, estávamos cansados, famintos e confusos, havia algo me escapando, algo que minha mente queria lembrar e não conseguia, algo que uniria cada peça solta deste quebra-cabeça, eu precisava descansar...
     - Tem vários motéis por aqui que não pedem identidade, podemos descansar em algum deles. Valkiria conhecia bem o lugar, nós concordamos e arrumamos dois quartos e fomos descansar, meus sonhos foram ruins, via a morte de minha família, via o demônio, e livros, muitos livros, lutava incansavelmente contra cada bruxo e bruxa que matei, foi quando alguém chamou meu nome e me sacudiu, senti mãos em meus ombros, por puro reflexo, girei o corpo e imobilizei a pessoa, era Valkiria, eu tinha uma faca na garganta dela, e ela me olhava assustada.
     - Você estava gritando e se debatendo, com esta faca na mão, fiquei preocupada, desculpa não queria assusta-lô. As palavras dela eram verdadeiras, eu a abracei e fiquei ali, por alguns bons minutos em silêncio, alguém bateu na porta do quarto, soltei ela, e fui verificar, eram José e Marcos, eles estavam com a bolsa que peguei antes de explodir a mansão, entraram, puxaram as cadeiras e começamos a ver o que sabíamos, e depois de duas longas horas, descobrimos que
estávamos as cegas.
     - Tem de haver uma ponta solta! Ninguém pode ser tão cuidadoso. Disse Marcos, Valkiria também não sabia nada que não soubéssemos, ela achava que Leonardo era o líder, eu sempre soube que não, mas achava que era alguém do grupo, não um observador externo. Quem tinha ligações com o grupo, mas não era um deles? Nada daquilo fazia sentido, eles tinham dinheiro, mas não podiam comprar tudo que era necessário para os ritos, olhei tudo que estava sobre a cama e minha mente clareou, com num passe de mágica, eu sabia, talvez soubesse desde
o inicio, era óbvio, estalei o pescoço e me levantei.
     - Preparem-se vamos caçar um maldito bruxo de verdade, e vamos mata-lo.
     Nos preparamos, pegamos nossas armas, nossos apetrechos santos, que eu nunca gostei, mas fazia parte do pacote de coisas necessárias para o trabalho, e caminhamos rumo ao nosso destino, paramos na porta do Internato, eles me olharam com ar de confusos, eu sorri, Valkiria tinha uma cópia da chave de um portão lateral, entramos calmamente para a parte de trás da internato e lá estava nosso alvo parado em frente um grupo de bruxos com bem mais idade que os
idiotas que matamos.
     - Vejo que você mudou de lado Valkiria, sempre achei que Você era o elo fraco do grupo. Paulo abaixou o capuz e o resto do meu grupo pode ver a face do mentor daqueles atos nefastos. - Como descobriram que era eu? Não me lembro de ter deixado nada que os ligasse a mim, deixei?
     - Seu único erro foi ser um mentor esforçado demais. Disse jogando os livros de línguas mortas na direção dele. - Os livros que faltavam na sua coleção, era muito fácil fazer com que eles fizessem todo o trabalho sujo, enquanto você e seu secto ficavam ricos com o dinheiro do Internato e o que eles te davam...

Ele aplaudiu minhas explicações, e sua mão brilhou e uma bola de fogo voou
na minha direção ( magos e sua obsessão por bolas de fogo), rolei no chão para escapar do ataque, Marcos acabou recebendo o ataque e voando uns bons dez metros, mas se recuperou rápido e nos
espalhamos para podermos ter alguma chance de vitória, era difícil vencer tantos bruxos de uma única vez, coisas começaram a voar para todas as direções e nós ali tentando sobreviver.
     - É só isso que podem fazer? Correr como coelhos assustados? Juro que esperava muitos mais de vocês! Paulo fazia cadeiras, mesas e facas de rituais girarem ao seu redor, isso tornava impossível minha aproximação, cada disparo que dava atingia algo de sua barreira, ele era uma bruxo poderoso, olhei bem em seus olhos e o maldito sorriu para mim, neste momento todo ao meu redor mudou.Eu estava novamente em minha antiga casa, meus pais e minha irmã estavam ali brincando e rindo, eu me vi ali, feliz como nunca fui depois da morte deles, tentei tocar os cabelos de minha mãe e não pude era apenas uma ilusão, doía demais ver como
éramos felizes, vi Paulo parado a poucos metros de minha família, ele moveu as mãos e fogo surgiu e começou a consumir minha família, os gritos, as expressões de agonia, eu podia ver tudo, ele estava me fazendo sofrer
novamente, tentei correr até ele, mas o fogo me queimava, reuni todas as minhas forças, toda dor e solidão e ignorando o fogo corri até ele com um ódio que me dominava, minha katana fez um corte profundo em sua perna esquerda e a ilusão desapareceu, olhei ao meu redor e a cena não era das melhores, José, Marcos e Valkiria estavam encurralados, sem a menor possibilidade de saímos dali vivos, precisava ser rápido e fazer algo que distraísse os bruxos, olhei para os lados e vi um transformador de energia, joguei minha espada lá, não podia me dar ao luxo de errar, a katana atingiu perfeitamente o transformador e o show pirotécnico começou, luzes e faiscas para todos os lados, fios elétricos se soltavam do poste perigosamente balançando no chão perto de meus amigos, olhei novamente para os lados e vi como aquilo acabaria de vez.
     - Corram para as árvores!!! Eles correram e eu corri para o outro lado,ficando encurralado com uma enorme parede da piscina nas minhas costas e todos os bruxo se voltaram para mim. - Vamos lá suas crias bastardas do Inferno, façam o melhor que puderem!!!
     Nunca... Nunca mesmo provoquem bruxos treinados sem uma grande plano, por sorte eu tinha uma grande plano, todos atacaram ao mesmo tempo, e eu subi para a beirada da piscina, o choque do ataque fez a parede ruir e a água inundou toda área que estavam os bruxos, foi só ai que eles se lembraram dos fios elétricos no chão, ainda bem que já era tarde, os bruxos fritaram, olhei meus amigos e Valkiria protegidos, odeio admitir mais estava realmente gostando dela, com
minha visão periférica vi um movimento a minha esquerda, parece que Paulo também havia previsto o meu plano, ele flutuava olhando seu s
équito morrendo a sua frente, com um movimento os fios saíram voando e os bruxos caíram, porém nada mais poderia ser feito, estavam mortos.
     - Juro que você vai ser arrepender de ter matado meus associados. Ele disse e uma espiral de energia brotou dele, todas as coisas no lugar voaram, e nós voamos juntos, eramos lançados em diversas direções, não havia nada em que pudéssemos nos segurar, caímos na lama próximos aos corpos eletrocutados, adagas atingiram nossas pernas e braçoos, todos menos Valkiria que parecia prever cada ação e se esquivar antes, lembrei da história de prever o futuro, isso
levantava ainda mais perguntas, por que ela não viu quem comandava seu grupo?
     - Por que não nos avisou sobre Paulo estar nos esperando? Não podia desviar minha atenção, havia um bruxo ensandecido tentando me matar, ele era a prioridade agora. Senti uma enorme pressão sobre meu corpo, e lá fui eu novamente pelos ares junto com Marcos e José, Valkiria calculou mal um dos saltos e bateu a cabeça em uma mesa e estava desmaiada no chão. - Vamos ver quem eu mato primeiro?
     Meu sangue congelou, era bons por nunca darmos tempo para os inimigos contra-atacarem, ali era um situação completamente nova para todos nós, de caçadores à caça, Marcos levou a mão ao peito e começou a se contorcer de dor, eu sabia o que era aquilo, o bastardo estava pressionando o coração de Marcos, arranquei uma das adagas e arremessei contra Paulo que se defendeu com
grande facilidade, José fez o mesmo, continuamos a atacar adagas, pedras, pedaços de coisas, tudo que estava a nosso alcance era usado, ele acabou sendo atingido por uma das pedras e desabamos na lama novamente, apanhei duas adagas e corri como um desesperado na direção de Paulo,que lança mesmo em pânico uma bola de fogo na minha direção, porém meu ódio era maior que a cautela, uso o que resta de uma mesa como escudo, me jogo sobre ele que tenta
me tirar de cima dele, ai olhos para ela e enterro as duas adagas em seus olhos lentamente até o cabo,penso em cada pessoa que ele matou ou corrompeu, observo o corpo inerte dele no chão, arranquei o coração dele, afinal era um bruxo, cuidado nunca é demais, e caminhei com um sorriso satisfeito para ver meus amigos, Valkiria estava lá os ajudando prontamente, arrastamos os corpos para a cozinha do Internato, e ateamos fogo neles e preparamos o lugar para
explodir, ficamos ali observando o lugar queimar e ruir, depois caminhamos para a saída com Marcos falando.
     - Nada como mais um trabalho concluído com a sua marca pessoal Gabriel, destruição, mortes e muitas surpresas, ou seja um dia comum com ações incomuns...
      Eu vejo uma arma caída, à apanhei, paro em frente ao portão, cruzo os braços e olho para os resto do grupo destravando a arma e apontando para eles, todos me olharam com olhos arregalados, e eu apenas sorri em resposta.
     - A natureza humana as vez me entristece, um homem usa jovem como peões em um jogo sujo pelo poder, vidas inocentes morreram sem uma razão real, porém o que mais me incomoda agora é uma única questão que ainda não conseguir entender. Aponto a arma para ela, estalo o pescoço, uma mania que tenho quando estou nervoso. -Você prevê o futuro apenas quando lhe é convêm,
Paulo podia ter te matado e não fez, por quê?
     Meus amigos olharam para Valkiria espantados e se afastaram pegando as adagas que ainda carregavam, ela por sua vez continuava com expressão de medo no rosto, eu faço um gesto que pede que abaixem as adagas, dou uma piscada para ela, que sorri em resposta, dou um passo na direção dela e sorrio e lá fora os pássaros que ainda estavam próximos dali voaram com o som de um único disparo...

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A Lança


Prefácio

Jerusalém, trinta e três D.C.

     No alto do Monte Calvário, três cruzes são preparadas, porém, mas abaixo, homens são torturados, humilhados para mostrar o poder do Império Romano, entretanto tudo fazia parte de um plano maior de Demiurgo, pois, havia entrega o próprio filho em honra a nós mortais, em um mundo corrupto e podre.

     Dor, solidão, um peso de eras passadas e futuras, por nós mortais, tudo isso sobre o ombro de um único homem.

     Alguém que esteve aqui e lutou, falando de amor, companheirismo, união, honra, perdão, fazendo-nos ver que todos somos parte do criador, e mesmo assim foi traído por muitos do que andaram com ele, posso dizer melhor, os que com ele caminharam, comeram, beberam, dormiram ao seu lado, porém estes não o conheciam.

     Alguns viam o profeta, outros o mestre, porém quem via o homem? Aquele que alimentos uma multidão com cinco pães e dois peixes, que amou um amor sincero e sem orgulho.

     Mesmo assim ele caminhou por um longo caminho sofrendo com um vil criminoso, sendo seu crime dizer a verdade, unir o homem ao seu criador.

     Mais não o veja como algo maior que você e eu, ele era tão humano como qualquer um de nós, sentiu fome, medo, sede, solidão e duvida.

     Sim Christus era humano, tão humano que sangrou. Em seu suplicio ele encontrou quem lhe cuspisse a face e quem jogasse pedras nele, ainda assim encontrou forças para perdoar um ladrão.

     Mais havia depois de tanta dor era chegada à hora de que ele voltaria ao criador, assim ele morreu, porém deve seu lado trespassado por uma lança, e dele saíram sangue e água...

     O céu se escureceu e todos que ali estavam perceberam o quanto errados estavam, uns mais que os outros.

     A arma que feriu Christus se perdeu e reapareceu pelos séculos e séculos, mas seu nome nunca será esquecido, pois ela é a Lança do Destino...















Capítulo 01 – Uma Jornada de Fé e Dor

     Se os homens abrissem os olhos e vissem tudo que os cercam, com certeza ficariam loucos, eu sei bem disso, pois volta e meia, eu penso se não enlouqueci, espero realmente que a sanidade ainda não tenha me abandonado, pois mesmo perigoso eu ainda tenho muito a perder, deste muito novo fui ensinado a viver segundo as ordens do Criador, tendo a Santa Madre Igreja como sua porta voz, assim eu cresci e sempre quis saber tudo sobre Christus, sobre como ele viveu o que fez onde esteve, era uma maneira de sentir-me mais próximo com o Criador, acabei por me formar em historia e me especializar na historia do cristianismo, acabei por dar aula na faculdade de Nova York sobre o assunto, foi onde tudo começou ser eu soubesse o que me esperava será que eu teria deixado minha secretaria passar o telefonema para mim??? Duvido muito que Jeff Daniel teria desistido, ele era meu ex-professor, umas das pessoas mais inteligentes do mundo, porém não muito sábio. Deixa eu me apresentar sou Alexander Todd, sou negro, longos cabelos rastafári, um metro e oitenta, um corpo bem trabalhado com arte marcial e natação, tenho olhos castanhos com eternas olheiras que meus óculos escondem.

     - Como vai meu mais brilhante aluno?Ainda preso pelo pé ao Catolicismo? Ele perguntou, tentei levar na esportiva, mas era muito difícil ouvi-lo falar assim de minha religião.

     - Não estou preso pelo pé meu caro mestre, apenas eu tenho em que acreditar, ao contrario do senhor que vive uma vida sem fé. Minha responda foi um pouco acida, mas já estávamos acostumados com nossas maneiras, tanto que sabia a resposta dele antes mesmo que ele a houvesse dita.

     - Eu acredito em mim e na historia, os fatos nunca mentem, mas não foi para discutir religião que eu te liguei, preciso da sua ajuda em meu novo projeto e você sem sombra de duvida e a pessoa mais apaixonada pelo tema que eu conheço você é quase um fanático. Hahahahaha. Eu ainda não havia entendido o que ele estava falando, mas sabia que ele me convenceria.

     - Diga exatamente o que quer mestre que eu vejo se posso lhe ajudar... Ele ficou em silêncio por alguns segundos.

     - Preciso de você para achar a Lança do Destino, tenho mapas e autorizações para escavar nos lugares que acho que está a lança. As palavras dele saíram com tanta vontade que nem por um segundo eu duvidei que ele pudesse fazer o que dizia, ele me conhecia bem mesmo, sabia que eu amava a historia de Christus e tudo que ele representa...   

     - Você tem novas informações e quer a minha ajuda para explorar o calvário? Minha emoção estaca a flor da pele, era o meu sonho.

     - Sim, tenho informações exatas que nunca ninguém teve tudo que preciso é que meu melhor aluno vá comigo e que me ajude o que me diz...

     Foi a minha vez de ficar mudo, eu não sabia o que pensar, tinha obrigações na faculdade, tinha seminários para dar e agora meu sonho estava ali na minha frente esperando que eu me lançasse numa busca insana pelo passado de Christus, e eu não poderia negar minha vontade.

     - Quando sairemos?Minhas palavras eram pura emoção, não me importava muito com o que aconteceria, eu queria estar lá.

     - Isso meu caro, sairemos no fim de semana, você tem uns dias para organizar suas coisas.

     Em três dias tudo estava pronto e eu poderia sair do país e ajudar nas escavações, logo estávamos em Jerusalém, por dias eu fiz o que qualquer turista e via cada ponto sagrado da Terra Santa e arredores, porém o trabalho me chamava e começamos as escavações, por dias ficamos muito animados, mas a animação se transformou em cansaço, nada foi encontrado, minha paciência foi acabando e por varias vezes, Jeff, usa arrogância havia sido punida com aquele fracasso, seus fundo foram se acabando e logo ele deve de partir, com nada mais que uma velha armadura, o que era um achado medíocre em vista do que viemos buscar, eu fiquei ainda queria ir visitar um colega na Jordânia, foi na noite anterior a minha ida a Jordânia que ele apareceu em meus sonhos, era um lindo anjo, com grandes asas douradas e um armadura que parecia ser feita apenas de luz.

     - Vá para o Deserto do Negueve, onde Ele te dará o que busca, mas quero que saiba que grande será o peso daquele que carrega a lança e o mundo caminharam para luz ou para as trevas tudo dependerá de tuas ações.

     Assim como eu adormeci eu acordei, eu podia sentir a paz que aquele sonho havia me dado, nada mais tinha importância, eu tinha que ir para deserto e explorar o lugar mesmo que fizesse sozinho, eu faria, não podia ligar para Jeff para dizer que um anjo havia me visitado e me dado uma localização mesmo que vaga do lugar, então eu fechei minha conta no hotel e fui, consegui um camelo e lá fui eu com pouca água, pouco dinheiro, mais cheio de fé. ”Deus proverá”. Era esta a frase que toda hora vinha a minha mente e nem por um segundo deixei de crer que estaria com a Lança em mãos antes do fim do dia, por horas percorri o deserto a esmo, sem um sinal de onde deveria cavar,a água acabou e logo a noite estava ali me acompanhando, foi quando ele voltou desta vez, não parecia tão divino, era um jovem sentado em uma pedra, mais algo nos olhos dele, me diziam que ele era o anjo que apareceu em meus sonhos, tão rápido quanto eu pude estava de joelhos aos pés do anjo.

     - Por que se lança aos meus pés? Disse o anjo, seus olhar era tão puro que não me atrevi a olhá-lo nos olhos, ele se aproximou e me levantou, seu olhar era de um amigo intimo, como se toda minha vida ele estivesse ali me acompanhando. -“Ao único que é digno de receber a honra e a gloria a força e o poder, ao Demiurgo imortal, invisível, mas real, há ele ministramos o louvor”, cave aqui e encontrará o que busca, mais sabias que ao retirar o que buscas do solo terá um peso infinito sobre o povo que nesta terra habita... Saibas que Demiurgo estará sempre convosco, e mesmo quando olhar para o lado e tudo que ver for dor, lembre-se Demiurgo não abandona os seus filhos.

     As lágrimas me cegaram momentaneamente, quando minha visão clareou, ele não, mas estava lá e tudo que me restava era um inebriante cheiro de rosas, comecei a cavar com as mãos, nada me importava senão ter a Lança em minhas mãos, às vezes penso se eu soubesse o que o futuro me reservava se teria continuado, provavelmente não...

     Arrastei-me até o hotel, minha roupas estava em frangalhos e minhas mãos em carne viva. Levei mais de dez minutos para conversar o porteiro que era um dos hospedes e outros cinco para explicar que havia sido assaltado ou agredido, consegui subir para meu quarto tomar um banho, coloquei a Lança na pia, onde conseguia ver, após terminar o banho é meu vestir percebi um homem sentado em minha cama, era loiro com os cabelos preso em uma trança, tinha belos olhos verdes, um sorriso cativante, usava um terno e uma, sobretudo completamente branco, com uma gravata vermelha.

     - Ola Escolhido de Demiurgo, venho até você para tratar de assuntos que podem destruir o mundo que tanto ama. Sua voz era doce e forte como uma vinho de boa safra, naquele momento eu soube estava perante o Primeiro Caído, O Arcanjo Sombrio, aquele era Lúcifer... – Sabes que este Artefato, vai fazê-lo um alvo de minhas Legiões, e cada ser humano ao seu redor será uma vitima em potencial? Eu lhe dou a escolha de não perder todos que conhece, basta apenas me entregar está Lança...

     Corri meus olhos pelo quarto não havia a menor chance de fugir sabia disso, ele me observava com uma expressão de bondade, juro que por pouco não fiz o que ele pediu mais me lembrei de Christus e sorri, não cairia nas mãos do Diabo assim tão fácil...

    - Para trás de mim Satanás, não cairei em suas promessas, Príncipe das Trevas, Demiurgo é comigo é nada me acontecerá.. Tinha convicção em minhas palavras e sabia da força em minha fé, ele apenas sorriu aquilo congelou meu sangue, lembrei de cada pessoa em minha vida e vi como seria fácil me destruir... – Não pode fazer nada comigo, sabe que Demiurgo me deu está missão por um propósito...

     Ele se levantou da cama lentamente, arrumou suas roupas e caminhou até a mim, de repente parou e sorriu, mas seu olhar não era para mim, olhava para algo atrás de mim, não tive coragem de me virar, mas percebi alguém se aproximando, ao passar por mim era um anjo, com alvas vestes, ele sorriu para mim, seu rosto era de um jovem e seus olhos castanhos eram brincalhões.

     - Olá meu caro irmão mais velho! Como tem andado? Ele disse, não era um Anjo, era outro Arcanjo, ele falava com Lúcifer como se fossem ainda irmão e aliados. – Uma pergunta sabes que não deveria estar aqui, certo?

     - Meu irmãozinho, eu não estou tentando matá-lo, nem poderia, mas posso falar com ele, estou apenas lhe dando uma opção que evite tanto sangue derramado... Disse Lúcifer e eu ali entre seres seculares, que viram a fundação do universo. – O que faz aqui meu irmão? E por que estas roupas tão fora de moda, até parece que vai a uma festa a fantasia?

     Não pode conter o riso, ao ver a cara do Arcanjo, ele passou as mãos na frente do traje e suas roupas viraram um terno preto com uma gravata prata, se olhou no espelho e sorriu para mim e para o irmão.

     - Se o Rei deste mundo diz que estou fora de moda quem sou eu para negar, vim aqui, pois nossos irmãos queriam saber o que está fazendo com o Escolhido, já que não pode tirar a Lança dele a força. – Vamos Lúcifer isso não deu certo com o Redentor, acha que vai dar agora?

     - Gabriel Arcanjo da Morte e da Anunciação, sabes o quanto Christus sofreu, é olhe pela janela agora, quantos ainda o seguem? Quantos se lembram de todo o amor e bondade que ele pregou? Fazem guerras em nome Dele, mata-se em nome Dele, Ele não precisava ter morrido...

     Meu sangue novamente congelou, eu estava na presença de Gabriel, as palavras de Lúcifer chegaram aos meus ouvidos e eu me peguei pensando em como era podre a humanidade, faziam o mal em nome do bem, destruíram e matavam em nome de Demiurgo e eu era parte desta podridão mesmo sem ter matado ninguém, eu me sentia sujo e omisso...

     - E uma questão de fé, sempre foi... Quando vai entender isso! Você nunca teve fé no homem, por isso se recusou a se curvar. Gabriel brilhou por um momento, tamanho era sua ira, depois voltou a parecer um jovem empresário. – Agora vamos o Escolhido precisa descansar, pois grande será o peso a carregar. Ele se voltou para mim e disse tocando meu rosto. – Espero de tenha uma grande fé meu irmãozinho, pois precisará dela...

     Eles se foram e eu adormeci não me lembro de ter me deitado, quando acordei o telefone tocava, era Jeff, ele havia achado a armadura do soldado romano e já tinha entrado em contato com o Governo de Jerusalém e dos Estados Unidos, e eu havia adormecido por uma semana, levantei tomei um banho e me preparei para partir, tínhamos um mês para estudar a lança no EUA, não poderíamos perder mais tempo, porém o que vi me paralisou, do lado de fora da janela havia dezenas quem sabe centenas de anjos e demônios parados me observando... Continuei meus afazeres sabendo que a Roda do Mundo estava girando de maneira irrefreável, arrumei minhas coisas e voltei para a América, fomos recebidos como heróis de guerra com o Governador e o Presidente, recebemos medalhas de honra ao mérito, tivemos nosso semana de celebridade, quando tive um tempo fui à igreja falar com o padre de minha paróquia, ele ficou muito feliz em me ver, havia um mês que eu não aparecia e fiz todas as minhas orações e confissões, foi quando a imagem de Christus se quebrou na minha frente, ao olhar para trás vi Lúcifer entrando na igreja, ele caminhava e as paredes pareciam envelhecer, ele me sorriu com um ar amável e inocente... O Padre ao ouvir o barulho veio ver o que havia ocorrido, não deveria ter vindo...

     - Então é aqui que você fala com o Pai? Interessante um ser de alma intocada e um líder de alma torpe... Ele caminhou até o Padre e começou a falar cada pecado que ele cometeu, o padre caiu no chão aos prantos, ele arranhava o rosto e suplicava por piedade, Lúcifer parecia se divertir com a agonia. – Veja como é sujo o homem que te guia, sabes que por sua causa muitos sofreram, não medirei esforços, só o deixarei em paz quando me entregar à lança.

     Caminhei até o padre e o abracei, e senti a tristeza dele, logo o choro dele se acalmou, olhei para Lúcifer minha raiva parece que iria me dominar, de repente vi Gabriel me observando, seu sorriso me transmitia uma grande paz, me levantei e caminhei na direção de Lúcifer, eu olhava no fundo dos seus olhos e não conseguia sentir raiva dele, m ele me parecia uma criança que se rebela para chamar a atenção dos pais.

     - Deixe-o em paz, ele não lhe fez mal algum, não lhe entregarei a lança, nem agora, nem nunca, olhe ao seu redor nada que fizer poderá destruir minha fé, Demiurgo me escolheu e você não poderá mudar isso... Minhas palavras tinham poder, por Lúcifer se virou e saiu, mas algo me disse que eu havia arrumado um inimigo muito maior que eu...

     Ao sair indo via os anjos e demônios a me observar, os demônios começaram a descer dos prédios, eles não estavam com uma cara muito amigável, tudo bem acha que deve ser muito raro ver um demônio com cara amigável, mas vocês entenderam... Espadas foram sacadas e meu petrifiquei aterrorizado, porém a legião angelical veio em minha defesa, começou uma batalha surreal, ninguém além de mim parecia ver o que estava acontecendo, os vidros da catedral tremiam com o impacto das armas, um anjo me empurrou de volta para a igreja, olhei para trás e vi demônios entrando nos corpos das pessoas, percebi que os anjos pararam de atacar os humanos que os demônios haviam possuído, eles começaram a caminhar na minha direção.

     - Fuja daqui, não podemos matar os demônios sem matar também os humanos. Gritou um anjo que estava na porta em profundo desespero, corri o máximo que pude, quando me afastei vi a igreja em chamas,meu coração doeu ao ver esta cena, mas eu não podia mais voltar, voltei ao meu apartamento, onde achei tudo revirado, sentei em minha cama e chorei, meu telefone tocou era a policial avisando que Jeff fora encontrado morto em sua casa junto com toda sua família e que a armadura que ele havia encontrado tinha sido roubada, naquele momento me senti com muito medo do que estava me esperando, a policia me avisou que mandaria dois agentes do FBI para me proteger, fiquei ali observando todo aquele caos e minha mente começou a calcular o alcance que minhas atitudes e eu não gostava nada do que estava imaginando, por que Lúcifer não me matava e pegava a lança, precisava entender aquilo, peguei a bíblia, mas não havia uma resposta sobre a situação que eu estava passando, caminhei de um lado para o outro por muito tempo implorando por resposta e nada ocorreu, Adormeci...

     Em outro lugar da cidade uma cidade um homem negro com traços mulçumanos entra em uma loja de artigos antigos, e seguiu para os fundos, onde um estranho grupo de homens usando túnicas com capuz, eles entoavam cânticos eram uma ordem Mística... A Ordem do Oriente, eles estão na presença do maior assassino da ordem, seu nome era Max “The Hunter”, ninguém sabia real nome do assassino, sabiam apenas que ele sempre cumpria suas missões, não importava o quanto arriscado ou difícil fossem, Max sempre volta com a missão cumprida...

     - Se não é o nosso menino de ouro? Disse um dos homens retirando o capuz, Max sabia bem quem era, era um dos empresários mais importantes de Nova York, dono de dezenas de lojas de conveniência em todo território Americano, ele caminhou até Max e apertou-lhe a mão com seu cumprimento secreto, era uma mania, pois fora daquele circulo poucos sabiam da existência de tal culto... – Bebe algo meu amigo?

     - Não bebo estou estudando meu alvo, ele está em evidência no momento, será um ótimo desafio. Max se permitiu sorrir, afinal eliminar alguém daquele nível elevaria ainda mais sua fama em meio aos seus irmãos de Ordem, os cânticos pararam e todos vieram falar com Max, ele se sentia bem em ter tanta atenção, era um homem vaidoso, por isso não se importou em receber tanta atenção... – Vocês têm mais dados sobre meu alvo?

     Um envelope foi passado para ele, observou a foto e leu algumas informações sobre sua vitima, não que ele se importasse era apenas mais uma bala para ele, porém o que ele deveria subtrair após a morte do alvo era algo que lhe arrepiava os pelos, quem controlasse aquele poder, poderia facilmente fazer o Ocidente se curvar, a Lança do Destino era um artefato de grande poder, capaz de canalizar a fé de todos os servos de Christus do mundo... Ele saiu depois que a noite caiu, sabendo que não poderia errar, era o maior momento de sua vida e nada poderia deter a mão daquele homem. Ele era o escolhido para trazer a maior honraria a sua Ordem e nem os Deuses, nem os Demônios o impediriam de terminar sua missão...

     Fui acordado com alguém batendo na porta, olhei pelo olho mágico e fiz um casal bem vestido com o distintivo na mão, eram os agentes do FBI que estavam ali para me proteger, abri a porta e eles entraram olharam todo o lugar em silêncio, procurando rastro dos invasores ou escutas, eu sabia que aquilo não daria em nada, mas resolvi ficar quieto, depois de mais de uma hora de buscas, com diversas vezes eles me mandando ficar quieto, eles pareceram satisfeitos... O homem se voltou para mim sorrindo, era apenas um rapaz com pouco mais de vinte e cinco anos, olhos castanhos cabelo um pouco grande para os padrões do FBI, pele branca, parecia uma boa pessoa...

     - Ola, sou o Agente Jason Smith e esta aqui e minha parceira Lena White, fomos destacados para fazermos sua proteção, amanhã haverá uma entrevista coletiva na prefeitura, onde o senhor falará sobre o ataque aos seu amigo e sobre o fato de que não cederemos a ameaças de seja lá que for... Fiquei ali olhando o Agente Smith e pensando que daqui a pouco ele me daria o meu discurso e tudo mais, olhei para a Agente White, ela não havia dito uma única palavra estava ali me observando, era extremamente bonita, pele morena provavelmente descendente de latinos, um corpo escultural, cabelos negros compridos, e um olhar penetrante, mas não tinha tempo para aqui, precisava pensar em como não acabar matando estes dois jovens que pensavam que poderiam me proteger... Tentei dizer que não iria, mas o prefeito havia deixado a noticia vazar e nada mais poderia ser feito, e lá estava eu em frente a uma multidão de rostos estranhos, eu sabia qualquer um ali poderia ser inimigo em potencial, o Prefeito começou a fazer seu discurso e algo me mandou saltar para a direita, ao fazer isso ouvi um estampido e algo molhado caiu sobre meu rosto... Uma gritaria começou e quando me levantei pude ver o Prefeito morto com a face destruída por um tiro, os Agentes me tiraram do palco, e me levaram para a sede do FBI, eu estava em choque não podia imaginar isso, aquela bala era para mim, e algo me dizia que não era ação de um demônio, era muito suja e estranha, pelo visto não era o único que pretendia manter a lança fora do alcance dos celestiais e infernais, isso estava ficando a cada segundo pior...

     Minha opinião e protestos foram ignorados, fui jogado num carro que disparou para a Sede do FBI, onde me trancaram em uma sala por horas, muitas perguntas e nem uma certeza, eu cont5ei para eles a verdade e riram de mim, alegaram que eu estava sobre grande estresse e que nada do que eu dizia era real, pelo amor de Demiurgo eles não sabiam que eu causaria mais mortes que Helena causou em Tróia, eu poderia causar o Apocalipse, mas resolvi que não poderia causar tanto mal assim afinal Demiurgo está sempre comigo, caminhei ao ginásio do FBI, precisava me exercitar e como sou mestre em Muay Thai era hora de socar alguma coisa, treinei por horas sem o menor problema, já era noite quando senti um cheiro podre tomar o ambiente e sombras se esgueirarem me virei para olhar o local e nada aconteceu, um dos agentes foi me informar que eu seria mandado para outro lugar, fui tomar uma banho em alguns momentos estaria fora dali e eles não seriam feridos como o Prefeito havia sido, foi quando o vi, uma demônio tinha o pele queimada, era desprovido de olhos e tinha um sorriso medonho...

     - Nossa não é que você existe mesmo! O portador da Lança, o guardião do artefato. Ele caminhou em minha direção, em sua cintura havia uma Katana, de cabo e bainha de ossos, pude sentir o cheiro fétido de seu hálito, porém assim como Lúcifer ele não tocou em mim, ficou me mirando com o buraco onde deveria estar os olhos. – Me entregue a Lança ou terei de matar cada ser vivo neste prédio.

     Meu corpo de repente ficou frio e eu puder ver mais demônios surgindo de diversos lugares, era uma Legião, pronta para matar e torturar aquelas pessoas inocentes, novamente eu era um arauto da morte, isso não parecia certo, neste momento um Agente entrou, todos olhamos na direção dele, pude ver o espanto nos olhos dele, que sacou a arma e começou a atirar, porém as balas nada faziam com os demônios, senão irritá-los. Eles se lançaram sobre ele, partes do corpo dele eram arrancadas enquanto ele ainda estava vivo, os gritos dele eram horrendos, corri sabia que pouco podia fazer para ajudá-lo, mas eu tentei, porém ele estava morto quando consegui chegar ate ele, sai do ginásio, diversos Agentes estavam vindo em minha direção e eu fiquei na frente da porta tentando impedi-los de entrar naquele que de certo seria o último local que colocariam os olhos, mas eles passaram em viram os demônios, muitos enlouqueceram e atiraram sem fazer mira, foram mortos em minutos, o Agente Smith e a Agente White me tiraram de lá, o mais rápidos possível, entramos em um carro, e percorremos muitos quilômetros até que o Agente Smith parou em uma Igreja Protestante e me levou lá para dentro...

     - O que está acontecendo? O que eles querem de você? O Agente parecia estar à beira de perder o controle, seus olhos estavam injetados, um misto de dor e tristeza que eu nunca vou esquecer...

     - O que acha que eram? Eram servos do Inimigo, soldados do inferno, eles queriam a Lança do Destino, porém não posso entregar uma relíquia desta nas mãos do Demônio pode abalar o mundo inteiro, eu tenho que ficar sozinho, vocês não devem ficar perto de mim, eles me descobriram onde quer que eu esteja... As lágrimas desciam fartas pelo meu rosto, eu sabia que Lúcifer não desistiria tão fácil da Lança e eu não sabia quantas mortes ainda poderia suportar em minha consciência, olhei a igreja calmamente como um turista em visita, observei a cruz no alto do púlpito e esfreguei as mãos no rosto, tentei me levantar, mas o Agente não me permitiu.

     - Aqueles homens morreram para te defender, te deixar sozinho agora não fará diferença alguma. Disse a Agente White, que também chorava.

     Ali ficamos por muito tempo, apenas rezando pelos mortos e por nós mesmos, era incrivelmente louco como minha vida havia mudado em pouco tempo, eu era apenas um humilde professor, agora sustentava um objeto que nem fazia idéia de seu real poder...

     Um vento forte abriu a porta dupla e lá fora os demônios riam e esperavam que saíssemos, estávamos encurralados como ratos, apenas a fé imbuída ao lugar nos mantinha salvo, eles começaram a possuir as pessoas que passavam na rua e isso me levou ao desespero, tentei correr para porta, mas o Agente Jason estava no meu caminho, me ajoelhei e comecei a rezar era tudo que podia fazer naquele momento, de repente fui tomado por uma imensa calma e meu corpo começou a brilhar e a luz foi se expandindo, tomou a igreja e depois partiu para rua, era como se uma redoma crescesse a partir de mim, cada alma tocada repeli o mal que se apossava dela, os demônios foram recuando para sombras até que desapareceram deixando o caminho livre para nós, os Agentes me olharam com grande espanto, eu também estava surpreso com aquilo...

     - Vamos sair daqui, podemos ficar na minha casa até descobrimos uma maneira de lutar contra esses malditos, Jason pegue o carro, eu vou com o Senhor Todd para o fundo da igreja... Disse a Agente White me puxando para os fundos da Igreja, enquanto o Agente Smith ia buscar o carro, ao chegarmos à rua atrás da Igreja vimos alguns demônios atacando uma linda jovem, saquei da Lança e me lancei sobre ele, bastou um único toque para que ele queimasse, juro adorei o poder de destruição que ela tinha contra os demônios, me levantei, a Agente White colocou a menina atrás dela, e ali estava eu de frente a mais de meia dúzia de seres infernais, cada passo que eu dava eles recuavam, então parti para o ataque, quando dei por mim estava sendo arrastado para o carro pela jovem que tínhamos salvado...

     - Quem é este ai? Perguntou o Agente quando empurrei a garota para o banco traseiro do carro...

     - Sou Micaela Jones, e que diabos aqueles demônios faziam aqui? Ela tinha uma inocência no olhar, era ruiva, um belo corpo, altura mediana, mas algo que dizia que ela traria problemas, o carro percorreu a cidade até chegar à casa da Agente, era um lugar simples, mas bonito, entramos e começamos a conversar sobre tudo que estava acontecendo, arrumei um coldre e prendi a Lança, para mim aquilo era quase um sacrilégio, mas precisava ter acesso fácil a ela...

     Precisávamos dormir, eu fui para um quarto e comecei a rezar, senti uma presença no quarto e lá estava ele novamente Lúcifer, não me assustei com a presença dele, continuei meu clamor a Demiurgo, ele se sentou e esperou pacientemente eu terminar...

     - Ola! Vejo que decidiu colocar cada um dentro desta casa em perigo, e agora você sabe que eu não sou o único a querer a Lança, cada ordem mística, cada fanático religioso quer essa arma e você está entre nós e o nosso desejo, esta jovem que você salvou, acha mesmo que ela é uma aliada enviada pelo criador? Não é não, ela é uma bruxa que vai mentir manipular e corromper quem puder para ter o que deseja e o mais engraçado é que você não poderá provar nada! Será a sua palavra contra a dela, e ela é tão inocente né? Lúcifer realmente se divertia com aquela situação e eu o detestava cada vez mais, ele caminhou pelo quarto olhando os objetos, sem tocar diretamente em nada, parou na minha frente e me olhou de maneira seria. – Você sabe que não precisa passar por isso e nem ver tantas pessoas morrerem, como vão viver as famílias dos agentes que morreram tentando te salvar? Quantos ainda terão de morrer para que você para de lutar e me entregue a Lança?

     Lúcifer desaparecem depois de ter plantado a sombra da duvida em minha alma, voltei a rezar e pedir forças, e adormeci, quando acordei era quase meio dia, sai da cama tomei meu banho, podia ver os demônios do lado de fora da casa, via alguns anjos envolta da casa, quando olhei para o espelho vi Micaela sentada na cama me olhando, podia jurar que tinha visto uma aura rubra ao redor dela...

     - Então você, está mesmo com a Lança que matou Christus? Posso ver? Ela falava com uma naturalidade sobrenatural, quase me lembrou a eloqüência de Lúcifer, havia poder naquelas palavras eu podia sentir em minha alma, parecia que a Lança estava me dando alguns dons, caminhei e resolvi tentar uma coisa que às vezes conseguia fazer.

     - O que você deseja de verdade aqui? Pude sentir virtude saindo de mim ao dizer tais palavras, como se quem ouvisse fosse obrigado a dizer a verdade...

     - Eu vim roubar a Lança e te matar... O rosto de Micaela demonstrou o espanto em ouvir a verdade saindo de sua boca, ela levou a mão aos lábios e sorriu, ela realmente não parecia se importar em me dizer a verdade. – Não sabia que também era um iniciado, mas não me importo, nunca acreditaram em você mesmo, ninguém consegui duvidar do que digo e um dom muito útil quando se é uma feiticeira...

     Eu fiquei paralisado com a demonstração de poder dela, ela não sentia medo ou qualquer coisa parecida, ela enfiou a mão em uma dos bolsos de sua roupa, retirando um potinho, dele derramou um pouco de tinta preta e lançou no ar, o ambiente inteiro ficou escuro e eu não podia ver nada na minha frente, caminhei de volta para o banheiro, que também estava escuro, mas ainda podia chegar à janela, pela qual eu queria sair, porém antes que eu pudesse sair, vi chamas vindo na minha direção, saquei a Lança e a coloquei na minha frente e uma espécie de escudo se formou detendo as chamas e a escuridão gritei por ajuda e os Agentes logo estavam no quarto, toda a escuridão havia sumido e Micaela estava parada lançando chamas sobre mim, o Agente Smith a golpeou na nuca e ela desmaiou, eu achei fácil demais, porém não fiz nenhum comentário, eles a amarraram, e ficamos ali esperando ela acordar, eu contei o que tinha ocorrido, falei da visita de Lúcifer, do que ele tinha me dito, do que Micaela havia me falado do ataque dela, depois de algum tempo ela acordou as lágrimas, perguntando por que estava presa, alegando no se lembrar de nada...

     - Você está mentindo! Fale a verdade para eles... Eu estava realmente irritado com tudo aqui, não acreditava que ela pudesse mentir tão descaradamente, porém minhas palavras só aumentaram o choro, todos me olharam como se eu estivesse possuído, eles acreditavam nela, como era possível que ninguém visse que era tudo uma grande mentira, no final acabaram colocando a culpa nos demônios e alegando que Lúcifer estava tentando nos separar, pois havia um motivo para estarmos juntos, odiei quando Micaela me olhou com ar de vitória, porém não havia nada muito que eu pudesse fazer, deveria ficar de olho em Micaela e tentar fazer as pessoas verem a verdade sobre ela, sabia que seria difícil, eu não entendi nada de magia e ela parecia ser bem poderosa, resolvi ignorar por hora este problema, afinal não poderia resolvê-lo agora, juntei o máximo de símbolos religiosos que pude eu rezei sobre eles, queria colocar fé em cada objeto naquele momento talvez impedisse os demônios de entrarem, mesmo que isso não se aplicasse a Lúcifer que parecia ser mais forte que tudo que conhecia, eu sabia que enquanto estivesse ali, os demônios ameaçariam cada um de meus companheiros e eu não queria que eles morressem, era tarde quando eu dei por mim, fomos jantar, conversamos amenidades ficamos conhecendo uma pouco mais da vida uns dos outros, precisávamos ter confiança no grupo ou não sobreviveríamos, mesmo Micaela parecia mais a vontade entre nós, assistimos televisão e bebemos umas cervejas, não havia mal nisso, foi quando o telefone tocou a Agente White atendeu e sua expressão mudou radicalmente, lágrimas surgiram em sua face, ficamos sabendo que sua mãe havia tido um infarto e que tinha morrido, não era coincidência era o mal novamente agindo sobre as nossas vidas, minando nossa fé, partimos para o hospital, e fizemos tudo que era necessário para o enterro.

     - Agente White, isso é minha culpa, peço que me perdoe. Disse a ela, não sabia o que dizer, ela me olhou e me abraçou chorando, não havia ódio por mim, havia apenas dor pela perda da mãe, o que me fazia me sentir ainda pior...

     - Não é sua culpa, e pode me chamar de Lena, precisamos resolver isso o mais rápido possível, temos de descobrir o que fazer com esta Lança... Lena parecia muito mais forte do que eu imaginava, ela ligou para os parentes e assim se passou mais uma noite, ao amanhecer Jason já tinha ido buscar roupas para o enterro, dentro do hospital eu podia ver anjos e demônios trabalhando, levando as almas para seu descanso merecido, seja no Céu ou no Inferno, eles não pareciam se importar comigo, no máximo me olhavam, alguns me olhavam outros apenas me ignoravam, caminhei perdido pelo hospital, até acabar em um quarto onde um velho estava sentado sozinho, ele me viu e sorriu...

     - Você é um anjo meu filho? A pergunta do senhor me pegou de surpresa, ele tinha um forte sotaque da quem vivia em Nova Orleans, eu olhei para o chão, envergonhado por ter causado tanta dor as pessoas que tentavam me ajudar. – Você brilha e cheira como um deles, mas não consigo ver suas asas, você deve ter vindo me buscar, já to pronto...

     - Não sou um anjo senhor, tudo que tenho feito e colocar meus amigos em perigo, Demiurgo quer algo de mim, mas não sei como fazer. Minhas palavras eram sinceras e repletas de tristeza, o senhor de pele negra e enrugada segurou minha mão e novamente sorriu para mim, eu podia sentir a paz e a caridade vindo dele.

     -Não sei quem é Demiurgo, mas tudo nesta vida tem uma razão e apenas Deus saber, e na hora certa você vai descobrir e vai rir por nunca ter pensado nisso... Disse o velho, caminhei de volta para onde Lena, Jason e Micaela estavam, e me sentei esperando à hora de sairmos dali rumo ao cemitério, fomos em silêncio, ninguém tinha clima para conversar, o enterro ocorreu como era esperado, então bem no final, uma imensa tempestade caiu sobre nós, eu senti em meus ossos que aquilo não era natural, havia algo muito ruim na tempestade, raios começaram a cair, nas árvores próximas, foi um pandemônio, numa colina próxima estava à causa de tudo isso, um homem coberto por um sobretudo vermelho, um assassino pronto para matar todos ali para cumprir sua missão e eu estava começando a me irritar com ser sempre o alvo... Talvez fosse hora de deixar de ser a vitima e ser o caçador, não o caçado, corri na direção dele, pude ver que era um homem forte e que parecia ter gostado do fato de ter me afastado do restante do grupo...

     - Sabia que você estaria no enterro da mãe de sua protetora, isso facilita muito meu trabalho... Ao gritar isso em meio à tempestade, ele sacou uma arma e disparou contra mim, novamente antecipei a ação dele graças a Lança, continuei avançando, mesmo na chuva e com o assassino atirando contra mim, saquei a Lança e os olhos dele brilharam ao vê-la, era mais um atrás dela e eu não deixaria que levasse, surgiram em suas mãos um par de sabres, que tinham as lâminas tinha um brilho esverdeado, e eu soube que não seria uma luta fácil, mas continuei correndo até estar no campo de ataque dele, não levou nem um segundo até que ele me atacasse, defendi o primeiro ataque que veio na direção de minha mão, porém com a rapidez de uma serpente ele atacou com o segundo saber fazendo um corte superficial em meu braço esquerdo, imediatamente, meu braço ficou dormente, Áquila lâmina estava envenenada, e eu tinha caído direitinho no plano do meu assassino, houve um segundo corte em minha perna direita, eu mal me sustentava em pé, foi quando escutei um estampido e vi o assassino desaparecer em meio a um fogo verde... Olhei sobre o ombro e vi Lena com a arma ainda riste, depois disso tudo escureceu e eu desmaiei. Quando acordei estava na casa de Lena, deitado, ela estava ao meu lado e sorriu para mim...

     - Quanto tempo fiquei dormindo? Minha cabeça estava pesada e meu corpo dolorido.

     - Uns três dias, Micaela salvou sua vida com a magia dela, ela não é tão má quanto você disse, deveria se desculpar com ela... Disse Lena afagando minha cabeça, olhei para ela, nunca tinha visto tanta ternura, me contive, olhei meu corpo, eu estava curado, odiei a idéia de dever um favor a Micaela, mas não podia reclamar precisávamos descobrir uma maneira de nos salvarmos e nada parecia funcionar...

     - Precisamos resolver o que faremos e para onde levaremos a Lança, a cada segundo mais gente parece querer esta Lança... Me levantei e caminhei pelo quarto, foi quando ouvi um gritar de espanto vindo de Lena, me virei e vi um demônio com uma espada na garganta dela. – Solte-a maldito ou eu juro que destruo você!

     O demônio sorriu e pressionou a lâmina fazendo escorrer um filete de sangue do pescoço de Lena, o meu coração quase parou, Lena se debatia o que não ajudava muita a minimizar o ferimento, então a janela do quarto explodiu e um homem de chapéu e terno entrou por ela, eu me joguei para longe do que era a janela, ele sorriu para mim e piscou o olho, quem era este cara? E por que ele agia como se fossemos amigos?

     - Vejam o que temos aqui? Um demônio patético usando uma bela jovem como refém, se não solta-la agora eu vou estouras sua cabeça demônio maldito... Havia confiança na sua voz, mas eu não achei que ele pudesse fazer isso, na verdade não sabia nem quem ele era e nem o que poderia fazer.

     - Vamos mortal atire e veremos se você tem a mira que ouvi falar, vamos humano use sua arma que mata a minha raça. Disse o demônio, aquela conversa estava ficando cada segundo mais sem sentido, eu saquei a Lança mais sabia que não era rápido o bastante, o homem casou uma arma negra e atirou... E errou, a bala entrou no ombro de Lena que caiu, ele atirou novamente, desta vez matando o demônio, corri para socorrer Lena, mas não fazia idéia de como fazer isso, ele me empurrou e pegou ela no colo.

     - Eu sei quem pode salva-la, posso levá-la voando que será bem mais rápido que de carro. Antes que eu pudesse responder, o homem saiu voando, corri para sala e apanhei a chave do carro, e Jason e Micaela me seguiram, corri para dentro do carro seguindo o maldito homem, eu o persegui por várias quadras, até ele pousar em um prédio praticamente abandonado, subi correndo e vi.

    Ela estava deitada no chão e um homem estava sobre ela, de suas mãos saiam uma luz dourada, eu pude ver a bala sair sozinha do corpo dela e o ferimento se fechar, meus olhos não podiam acreditar no que eu estava vendo, foi quando sentir a Lança aquecer junto a minha pele, as sombras entraram nos moradores de rua e seus olhos ficaram negros, de um negro opaco, sem vida...

     - Mantenham eles longe de nós para que eu possa acabar de ajudar sua amiga, não posso parar neste ponto. Disse o mago mendigo, enquanto continuava a curar Lena nos posicionamos ao redor deles, Jason sacou sua arma ao mesmo tempo de o cara de chapéu. – Sem armas, eles não são culpados por nada Carlos...

     Ambos guardaram suas armas e cerraram os punhos, estava na hora de movimentar um pouco nossos corpos feridos e cansados, socos, chutes e cabeçadas, muito sangue até que não restasse uma único medingo em pé, Lena estava inconsciente, mas bem estávamos saindo do prédio, eu carregava ela quando meu celular tocou, coloquei-a no carro e atendi.

     - Ola? Confesso que atendi ao telefone com certo medo e eu estava certo em ter medo, era Marcus meu melhor amigo me dizendo que eu deveria ir as Torres Gêmeas, meu afilhado Bruce, havia sido seqüestrado e os sequetradores queriam a Lança, juro que não estava surpresa com o que queriam como resgate, e lá fomos nós para as Torres Gêmeas, eu sempre adorei a vista lá de cima, haviam diversos agente federais ali, em telefones, com computadores, parecia que toda uma divisão do FBI estava ali, não era para menos Bruce Grace era o herdeiro da Grace Company, a maior empresa de informática do mundo, era no mínimo estranho me ver chegar ali, com apenas dois se agentes, ninguém tentou me deter provavelmente sabiam de minha chegada.  Fui direto até Marcus – Me explica o que aconteceu com o Bruce!

     - Não sei bem o que aconteceu, eu estava aqui no escritório, quando a Mary me ligou, dizendo que todos os seguranças estavam em pedaços e Bruce havia sumido, quando ela desligou o seqüestrador ligou, ele queria a Lança que você achou ou vai matar o Bruce, você tem... As palavras morreram na garganta de Marcus, ele sabia que serio muito difícil entregar o item para os seqüestradores, e ele nem fazia idéia que eram demônios, aqui ia de mal a pior em uma velocidade incrível, ficamos lá por muitas horas já havia amanhecido há muito tempo quando resolvi sair dali e voltar para casa de Lena.

     Ao chegar do lado de fora, vi Bruce correndo em minha direção era um milagre, porém parei e comecei a rezar, poderia haver um demônio no corpo do menino, mas nada aconteceu, de repente fomos surpreendidos com um grande barulho no céu, ao olhar vimos uma cena incrível, um avião voando muito baixo, o que aconteceu depois, será uma cena inesquecível, o avião se chocou contra o prédio, fiquei paralisado de horror, quem poderia ter feito aquilo? Por que Lúcifer faria aquilo? Olhei ao redor e percebi que até os demônios no local estavam admirados, aquilo era obra de seres humanos, se é que podemos chamar um ser deste ripo de humanos, bombeiros e policiais chegavam ao local quando dei por mim, Bruce estava sentado chorando, e outro avião atingiu os prédios, tudo começou a vir a baixo, destroços, pedras, tudo despencava em uma grande velocidade, corri para impedir que um pedaço do prédio caísse em cima dele, consegui salva-lo mais foi atingido no ombro, mesmo entre tanta poeira conseguimos sair vivos dali, o que não posso dizer de centenas de pessoas que morreram ali, centenas de vidas ceifadas por que um louco achou que tinha o direito de demonstrar seu poder sobre uma nação que considerava inimiga, loucura e morte seguem este tipo de gente, fui ao hospital, meu ombro estava quebrado, fui medicado e voltamos para casa de Lena, a cidade parecia se incendiar, eu estava na varanda quando vi Gabriel, ele caminhar de maneira triste pelo quintal, desce e fui falar com ele.

     - Como pode deixar que isso acontecesse? Você deveria ter impedido, tentas pessoas morreram... As lágrimas desciam pelo meu rosto e eu me sentia péssimo, ele me olhou havia lágrimas em seus olhos também, então ele caiu de joelhos como se sentisse o peso do mundo em suas costas.

     - Livre arbítrio, os seres humanos podem fazer tantas coisas, mas insistem em odiar e destruir sua própria espécie, ninguém imagina que fossem fazer isso, porém eles fizeram. Gabriel soluçava entre as lágrimas, parecia tão frágil e ferido, ele olhou para cidade me segurou no colo e correu na direção dela alçando voou, voar era uma experiência maravilhosa, a cidade ardia e eu observava, descemos em um beco e Gabriel apontou para uma Mesquita, ela estava cercada, centenas de pessoas com paus e pedras, destruindo e atacando que tentava sair, corri para lá e fiquei entre os agressores e os agredidos.

     - O que pensam que estão fazendo? Por que estão ferindo estas pessoas? Perguntei mesmos sabendo a resposta, eles estavam com muito medo e feridos e queriam descontar sua dor em qualquer um que fosse diferente.

     - Não queremos estes terroristas aqui em nossa cidade! Disse um homem que portava um taco pregos nele, ele parecia com tanto medo e raiva que me assustei.

     - E como podem provar que eles são terroristas? Eles são Americanos como nós e não são assassinos como vocês dizem! Isso não nos fará melhor do que aqueles que nos atacaram, perdemos tantos hoje, eu perdi meu melhor amigo, sua esposa e só não perdi meu afilhado por que ele não havia entrado no prédio e nem por isso estou atacando esta gente, olhem para eles! São tão vitimas quanto nós... Duvido se muito deles também não perderam parentes e só estamos piorando tudo, eu... Minhas palavras foram morrendo e eu comecei a chorar toda dor e tristeza está muita mais viva que eu poderia imaginar, as pessoas me olhavam alguém gritou que eu também deveria ser um terrorista e uma pedra me atingiu eu cai, alguns me chutaram e me atiraram pedras, então um grupo se jogou sobre mim para me proteger, eram Cristãos, Islamitas, juntos me defendo, mesmo com bastante dor, pude sorrir e me unir a eles, ficamos ali parados de mãos dados fazendo nossas preces, o povo mais exaltado foi se dissipando, indo para suas casas, para suas famílias, Gabriel observava tudo a distância com um sorriso nos lábios, parece que ele tinha restaurado sua fé nos humanos.