sábado, 12 de outubro de 2013

Fairy Tale

    
     Sabe as histórias contadas pelos seus pais sobre bruxas e feiticeiros malvados que podem matar você, vampiros bebedores de sangue, lobisomens mutiladores, zumbis comedores de carne humana? Que depois eles têm o prazer de desacreditar? Elas são reais, mesmo que o homem esteja tão voltado à tecnologia que mal veja a magia no mundo, ela existe com tanta força que você nem pode imaginar o quanto é ruim ... Não me olhe assim, não sou um louco!
     Como eu sei de tudo isso? Deixa eu te contar minha história:
     Eu odeio correr, e algo que me deixa puto. E lá esta eu correndo atrás de uma
mulher, que eu tinha de matar, corri mais que ela sou treinado para isso e fiz um
corte no braço dela, no susto ela caiu.
     - Por favor, não faça isso comigo? Pede a mulher com toda pureza que se pode imaginar. – Juro que nunca pratiquei isso...
     - Não me venha com está história, eu vi, te investiguei, não tem como me enganar. Sou um garoto pouco mais de quinze anos, tenho um olhar frio e uma determinação incrível. – Agora tenho que acabar com isso, tenho aula amanhã.
     Dei um sorriso e um único disparo entre os olhos, eu uso uma Glock 380 prateada com silenciador, tinha uma cruz vermelha no cabo branco, mexi em minha mochila e peguei um vidro de gasolina, joguei sobre corpo e ateie fogo, nunca se sabe quando uma dessas vai se levantar mesmo depois de um tiro entre os olhos, raça maldita elas são, apesar de que aquela ali era um delicia. Sério top de linha.
     Desculpe a minha falta de modos, meu nome é Gabriel Andrade e sou órfão, fui criado pela igreja com um único intuito, caçar bruxas, não ria a coisa e séria, sou um adolescente ainda, mas sou bom no que faço, me vejo como um guardião de raça humana, foi quando resolvi ir atrás de uns amigos que foram investigar um grupo de adolescente e não voltaram, odeio ter de terminar o trabalho de um cara que não dá conta de um bando de fã de Harry Potter, adoro H.P, sou de
Membro credenciado de Sonserina é tudo, moro no Rio de Janeiro, aqui tem todo o tipo de doido o que complica ainda mais nosso trabalho de caçar bruxas ou o nome oficial Anjos da Morte, eu sei muito brega, não escolhi o nome, nem o emprego, passei no Orfanato que serve de quartel e peguei os dados da missão, dois membros desaparecidos e mais cinco mortes que eram suspeitas, até meus amigos sumirem, peguei minhas armas, uma katana, minha Glock, e vários
símbolos sagrados da religião Cristã, nada muito chamativo, a katana iria num tubo de carregar projetos, a Glock e de uma liga não metálica, porém muito forte, os padres me deixaram em Caxias, uma lugar legal, com gente simpática, como todos aqui, fui ao endereço que foi a última localização dos meus amigos, normalmente eles mandariam outra pessoas, não sou o mais amado predileto entre os caçadores, sou o mais eficaz, Internato Apóstolo Fiel, o diretor da
Internato fez seu papel de me falar sobre todas as qualidades do lugar, sou biblioteca era imensa , livro sobre diversos assuntos, mas porém alguns estavam incompletos, livros sobre línguas mortas e coisas do tipo, putz, sério que era num internato misto Cristão que estava o problema, não sou um santo, detesto igrejas, fazer o quê? Calma ai, não me recrimine antes de morar em uma por todo o tempo que você lembra de sua vida, menti dizendo que queria ver o Internato, pois
talvez fosse me matricular para o próximo ano, uma mentira deslavada, preferiria
ter as unhas arrancadas do que ficar ali.
     -Estranho Diretor Paulo, vejo obras acadêmicas incompletas em sua biblioteca. Disse com cara de muito interesse.
     - Sim , vejo que é bem observador meu jovem, estão emprestadas aos meus alunos, uma turma especial. Seu sorriso me deu calafrios e decidi sair dali, pelo no meu trabalho passo bastante tempo na rua, caminhamos por todo Internato e ouvi comentários de uma fuga para ir a uma Bar no centro, eu obviamente estaria lá, ali todos eram santinhos, na rua se mostra a verdadeira face, descobri com as meninas onde era o bar e jogando meu charme consegui ser convidado, disse que
estaria lá quando chegasse e que as primeiras rodadas seriam minhas. Era sempre muito fácil, adolescentes, mais bebida de graça, igual a verdades do álcool, foi uma igreja bem distante e pedi abrigo em nome da minha posição que também era falsa, dormi, tomei banho, comi três vezes, não posso ficar bêbado por fome, lá fui eu a caminho do tão mal falado Bar do Zeca, fui recebido pelo
mesmo, que é um velho muito querido pelo que vi, a noite caiu e o grupo do Internato chegou, o clima até então calmo mudou, as pessoas saíam da frente, desviavam os olhares, eles eram temidos, era nítido isso, logo me viram e me juntei a eles, uma das meninas resolveu saber o meu nome que até agora não tinham perguntado.
     - Sou Gabriel, e infelizmente meu padrasto quer se livrar de mim e minha mãe é fraca demais para fazer algo, seu um tivesse total controle da minha energia eu acabaria com os dois. Dei um tiro no escuro para ver a cara deles, eles se entre olharam e começaram a gargalhar...
     - Não vai dizer que você e um tipo de mutante, não você e uma mago de sexto nível. Disse uma garoto, muito bem vestido, era claramente o líder. - Vamos honre nos com uma demonstração de sua energia.
     Sou um trapaceiro nato, sempre sou punido por roubar para vencer, desta vez não seria diferente, em minha manga havia um conjunto de molas que disparavam um mini dardo com tranquilizante, praticamente invisível, pois a pressão e grande e o dardo e muito pequeno e fino. Olhei para um dos garotos do grupo e acionei o disparador, fiquei fazendo caretas por uns dez segundos e ele caiu, eu também cai, fingindo quase desmaiar, houve um silêncio entre eles, eu havia impressionado as pessoas.
     - Puta que pariu, nunca senti tanta energia sendo direcionada, com o treinamento certo, você vai ser um Semi-Deus, como alguns de nós somos e todos serão um dia, meu nome é Leonardo, sou o líder deste grupo de magia, que agora aceita você, por hora você será um novato, mas vejo um grande futuro para você cara. Disse Leonardo que estava claro não ser o líder de verdade, no máximo um puxa saco esforçado, mas bruxo? Se ele é bruxo, eu sou o Criador, sorri e estendi
a mão, foi quando uns dos caras do grupo me chutou nas costelas.
     - Olha o novato, acha que é igual os veteranos, somos a elite, Os Senhores do Destino, vai buscar a porra da bebida, fui buscar, trouxe varias cervejas e um copo com água do vaso, e joguei na cara do babaca, ele voou para cima de mim, parecia uma tartaruga ao meu ver, tenho um ótimo treinamento, bloqueei seu soco e o imobilizei com um mata leão e uma chave de rim, até que imploraram para que eu o solta-se, todos gargalharam pois o novato havia mostrado que nunca seria humilhado, conversei com eles sobre coisas que vi bruxas fazerem dizendo que era eu quem tinha feito.
     A noite inteira bebemos e nos vangloriamos de sermos os mais poderosos bruxos de tudo Rio de janeiro, porém minha vontade era de espancar cada uma deles até saber onde estavam meus amigos, mas não poderia prender todos de uma única vez, tinha que fazer tudo de maneira bem planejada e eu faria isso.
     - Vamos sair daqui, temos de treinar, todos sabem que se queremos continuar com nosso pequeno reino precisamos estar preparados para contra-atacar se algum idiota quiser nosso lugar. Disse Leonardo, todos começaram a andar e eu ali parado, ninguém olhou para trás até chegarem a esquina. -E ai não quer ser o melhor? Deve andar e treinar com os melhores, nós.
     Estava sendo muito fácil, não queria ir, mas precisava saber onde eles se escondem quanto estão fora do Internato, nos dividimos em grupos, dois por táxi, e começamos a seguir, eu estava com uma menina que era linda, porém tímida demais, estávamos já uns cinco minutos sem dizer nada, ela segurou minha mão do nada, ela estava tremendo e com a mão coberta por uma camada de suor frio.
- Você não deveria ir, eles sempre machucam os novatos, não importa se você é bom de briga, eles vão te machucar e eu não quero que isso aconteça, eu te vi antes de você aparecer, em meus sonhos, sei que você vai nos matar, e acho que merecemos morrer, eu nunca quis ferir ninguém, mas sou fraca e covarde demais, para impedi-los. Ela chorava ao dizer aquilo, ela sabia de mim e ficou em silêncio, ela agora tentava me proteger deles, nunca em toda minha vida alguém esteve
preocupado com minha segurança, aquilo me atingiu como um raio, minha mente estava confusa, ela era uma deles, uma maldita bruxa, então por que?
     - Onde estão os dois que vieram antes de mim? Eles estão vivo? Perguntei com minha voz fraca ainda em choque.
     - Leonardo os prendeu em algum lugar, juro que não sei onde. Ela olhava dentro dos meus olhos e eu era invadido por um calor e uma embrulho no estômago - Qual é o seu nome? E por que está me ajudando a destruir o pequeno circo de horrores de vocês?
     - Eu tenho sonhado com cada versão do futuro que pode acontecer, foi quando vi você, eu me apaixonei por você na mesma hora. Ela beijou minhas mãos com uma devoção, como se eu fosse um tipo de santo, puxei minhas mãos e olhei bem para ela, os cabelos longos e ruivos, a pele de mármore, os seios grandes e firmes, nosso como ela era gostosa! - Meu nome é Valkiria e não vou permitir que machuquem você.
     O táxi parou, havia mais uns dez táxis ali, era uma casa bem próxima do Internato, na verdade era uma mansão, murros altos, cerca eletrificada, uma área enorme e uma esplêndida mansão no centro.
     - Ainda da tempo, vai, eu invento uma desculpa para você. Valkiria estava realmente com medo por mim? Ou só queria me afastar dos amigos dela? Sorri para ela, peguei na mão dela e caminhamos com passos firmes até o portão, não havia ninguém a vista, passei pelo portão e algo atingiu minha cabeça, tudo rodou e ficou escuro, ainda ouvi gargalhadas e a voz de Valkiria implorando para que eles parassem, ai apaguei, acordei sentado, amarrado, vendado e com uma
enorme dor no corpo inteiro, tentei me soltar, mas estava muito bem amarrado, ouvi passos e a venda saiu de meus olhos que imediatamente queimaram com as luzes do local, aos poucos voltei a ver estava todos lá, me observando, Valkiria esta sendo contida por dois caras, Leonardo e o cara que bati estavam a poucos metros de mim, sorrindo como uns psicopatas, controlei minha respiração e sorri de volta para eles.
     - Isso é um tipo de iniciação? Se for não gostei e quando eu sair daqui vou arrebentar cada um de vocês meninos. Disse o que eu realmente queria fazer, mas que não havia como fazer naquele momento.
- Você está nas nossas mãos, era você que deveria ter medo e ser mais educado, ou podemos machucar muito você. Disse o cara olhando para Leonardo, o mané chega mais perto com um punhal na mão, era bem grande e parecia bem afiado também, tentei pensar em algo que pudesse ter originado aquilo, e não lembrei de nada, sempre odiei as aulas em sala, só gostava de aulas praticas, agora vejo que deveria ter dado muito mais atenção as aulas. - Desista de entrar em nosso seleto grupo, você não tem o que é preciso para ser um de nós.

     - Carlos, não vai adiantar falar nada com este ai, acho que devemos aproveitar e usar o sangue dele em um de nossos rituais. Aquele não era o Leonardo que estava no bar, sua presença era como a de um rei, não o moleque de antes, ele estendeu a mão e pegou o punhal e enterrou na minha perna, não grite, não me debati, apenas tentava soltar minhas mãos ou pernas, que se dane o resgate, só preciso de um vivo para que me leve aos outros, consegui soltar minhas duas pernas, joguei todo meu peso para trás, fazendo um mini mortal, meus pés atingiram o queixo de Leonardo que caiu para trás, a cadeira não resistiu ao impacto e se quebrou, com um pulo passei as mãos para frente, uns quinze caras começaram a vir na minha direção, Valkiria tinha razão, nunca deveria ter entrado, maldita arrogância, maldita irresponsável, agora desarmado, com as mãos presas, em uma lugar desconhecido e o pior em uma desvantagem numérica feia, cada um pegou uma arma branca, adagas, punhais, espadas, eles tinham muitas lâminas e eu terei sorte se morresse rápido. Um vento frio invadiu o lugar, as lampadas piscavam, todos olharam para mim, mas minha expressão deixava claro que não era obra minha, meus olhos foram até onde Valkiria
estava, ela tinha os olhos brancos e as veias apareciam em seus rosto, ela caminhou a parou ao meu lado, um fio elétrico cai entre nós e o grupo armado, neste momento ela desmaia, odeio quando estou quase vencendo e as coisas mudam, a coloquei atrás de mim e segurei o fio.
     - Vou lhe dar uma chance. Vá embora e não volte e nada acontecerá com você. Disse Leonardo que caminhava até onde eu estava, eu poderia voltar armado e acabar com todos, mas tinha que descobrir o que eles estavam planejando.
     - Eu nunca recuo, nunca, se não me queriam aqui era só dizer, sempre aprendi sozinho, eu não tenho medo de vocês. Disse, na verdade eu estava com medo, mas precisava saber e tudo, para o meu espanto todos riram e aplaudiram, colocaram as lâminas na mesa e se sentaram.
     - Primeira lição, uma vontade inquebrável, você demonstrou, uma força de vontade admirável, parabéns irmão e seja bem vindo a nossa família. Disse Leonardo, caminhando até onde estava e me abraçando. - Nossa a Val deve mesmo gostar de você nunca a vi tão irada, vamos ao que interessa, aqui estudamos magia, treinamos mente e corpo, realizamos a maior parte de nossos
praticas, este é nosso templo aos Deuses das Trevas e você chegou em um momento único, estamos a poucos passos de dia vinte um de dezembro, o dia que os tolos acham que o mundo vai acabar, nós vamos usar a energia deste dia carregado de magia para invocarmos o Primeiro Decaído, eles nos dará um poder invencível e poderemos finalmente parar de viver nas sombras, chega de mandarem na gente, chega de regras idiotas, seremos reis e rainhas de uma nova
era, sei que você tem poder para nos ajudar, mas precisávamos saber se tinha uma mente impenetrável, o medo nos faz existir e um segundo de duvida e a morte para quem vive neste caminho, está pronto para ser um Deus?
     Eu devia estar maluco, ele estava falando mesmo de trazer Lúcifer à terra? Era muita viagem, ninguém nunca conseguiu tal coisa, e muitos tentaram, o Arcanjo Caído tinha um poder infinitamente incompreensível para mentes humanas, agora eu tinha vontade de rir, era loucura de mais.
     - Claro que estou pronto, vamos mudar o mundo e refaze-lo a nossa imagem, uma versão forte e decidida. Eu estava fazendo o máximo de esforço para não rir na cara dele, eu precisava salvar meus amigos e depois acabar com a festa destas bestas. - O que posso fazer?
     - Agora precisamos de vidas para o sacrifício, mas exatamente cinco jovens almas, assim poderemos traze-lo para este plano e sermos premiados. As palavras de Leonardo eram para mim como as de um fanático religioso, e um líder fanático acaba levando muitos a morte, aquilo tinha de acabar o mais rápido possível.

     - Eu consigo, mas onde eles ficaram até o momento do rito? Só precisava saber onde meus amigos estavam e solta-los e voltar e matar cada um ali presente, muitos me criticam por não acreditar em salvação, eu elimino o lixo da terra, nunca tentei salvar nem uma das almas que matei, e olha que foram muitas.
     - Temos celas para eles no porão, lugares onde temos cinco esperando o momento, precisamos de cinco aqui e de marcar mais cinco pontos pela cidade, você vai ficar com o grupo que traz as oferendas para cá, enquanto o meu grupo abençoa alguns lugares. Disse Leonardo andando até um pequeno bar e abrindo uma garrafa de vodka e bebendo um longo gole. - Agora vamos festejar sua chegada e amanhã começaremos os últimos detalhes de nossa ascensão.
     O lugar virou uma festa a Baco, onde se bebia e se transava e ninguém era de ninguém, eu ainda estava com Valkiria nos braços quando começou a orgia, aquilo não podia ser nada sagrado era apenas sexo em grupo, caminhei com Valkiria no colo, apanhei uma garrafa de vinho e fui para um dos quartos e fiquei ali velando seu sono, era alta madrugada, quando sai do quarto e comecei a investigar o lugar, era realmente enorme, mas achei o tal porão, vi as pessoas que ele queria matar, eram apenas jovens com medo, e entre eles estavam meus amigos, libertei a todos a estávamos saindo dali quando o grupo inteiro, com exceção de Valkiria nos esperava no salão perto da porta.
     - Eu sabia que ele não era de confiança. Disse Carlos com uma espada medieval nas mãos. - Ele deve ser como os outros dois ali, um inquisidor miserável, vamos matar os inquisidores e mandar o gado humano de volta para as celas.
     Não havia outra saída teríamos de lutar e vencer para sair dali, não que eu ligasse de matá-los, mas os outros dos eram mais dedicados a salvação das almas.
     - Sabem o que temos de fazer, nada de redenção esta noite, temos civis aqui, eles não podem voltar para celas, e eliminar cada um dos infiéis e voltar para casa. Eu disse com uma autoridade que detestava usar, mas era necessária naquele momento, minguem mais seria vitima daqueles animais, aquilo acabaria ali.
     Nós três corremos para a batalha, nem mesmo os mais ou menos trinta oponentes seriam capazes de vencer três caras muito motivados e treinados, corri a direção de uma garota e peguei a adaga que ela estava nas mãos, antes que ela tivesse tempo abri a garganta dela com a adaga, atirei a adaga em uma dos caras que corria na direção das pessoas assustadas no fundo da sala, acertei no olhos e ele caiu morto, eles não utilizavam os tais dons, foi quando vi Carlos levantar um dos meus amigos e joga-lo longe, aqui não era normal, ele estava no
mínimo possuído por alguma força maligna, corri na direção dele, matando tudo que ficava em meu caminho, eu tinha conseguido uma katana com um dos que matei, eu ataquei com fúria na direção do pescoço do maldito, ele segurou a lâmina com as mãos nuas, poucas vez tinha visto aquilo, era um demônio poderoso no corpo dele, o maldito possessor sorriu para mim.
     - Se não é o menino que sobreviveu a mim uma vez a dez anos atrás, vejo que ainda tem ódio de minha raça. Disse o demônio com sua voz grossa, não podia acreditar eu estava novamente diante do demônio que matou minha família e me colocou nesta missão de merda de matar bruxas, afastei alguns passos dele, eu tremi de ódio, por causa dele, eu era um maldito assassino, agora tinha a chance de faze-lo pagar por todas dor que ele me causou, o demônio se lançou contra mim, a katana cair de minha mão e escorregou para longe de mim. - Ainda é o mesmo menino indefeso que não me deixaram matar, sente saudades de seus pais e de sua irmãzinha? Pode deixar que logo estará no inferno ao lado deles sofrendo.
     Ele me socava com muita força, cada soco me deixava mais perto de desmaiar e da morte, não podia desistir, não depois de ter passado por todo o treinamento infernal que foi minha infância, enfiei os polegares em seus olhos e ele saiu de cima de mim, procurei algo em meus bolsos e achei uma cruz de prata, levantei a cruz na direção dele e ele gargalhou em resposta.
     - Você não tem fé garoto, isso é só um enfeite na sua mão, não tem poder algum contra mim. Ele se aproximava lentamente saboreando a vitória fácil que terei, posso não ser um grande devoto ao Senhor, mas era uma lutador excelente, corri até ele, com minha ação o peguei de guarda baixa e enterrei a base da cruz no olhos dele, não importa quem tenha possuído o corpo, a alma pode ser poderosa, mas o corpo é humano, sendo assim pode morrer, tudo que eu precisava
era atingir o cérebro com a cruz, o que não aconteceu, pois ele se levantou e me levanto pela garganta, me debati, chutei, mas nada mudava o fato que eu estava morto, foi quando uma lâmina atravessou o coração da besta e ele caiu, vi Valkiria parada ainda com a espada na mão, a luta estava acabada, não havia mais minguem do grupo deles vivo, foi quando ouvi a voz e Leonardo me chamando, fui até ele, que estava com o abdômen aberto, mas ainda vivo.
     -Acha que venceu, o nosso líder vai continuar e vai vencer no final, e ainda matará você, dê uma até logo para ele. Com suas últimas forças apontou para uma câmera na parede, merda eu não tinha visto aquilo e agora não sabia o que poderia acontecer.
     - Vamos sair daqui agora, tem alguém nos vendo pelas câmeras Corremos para saída, eu fiquei para trás para arrumar um jeito de fazer aquilo tudo explodir, na falta de gasolina, tínhamos gás para mandar o lugar para os ares, corri até a cozinha e havias varias coisas sobre a bancada, algumas me chamaram muitas atenção, peguei o que me interessava e preparei tudo para explodir e corri o mais rápido possível, mesmo assim quase que não consigo, muitas pedras e fogo, nossa
parecia a festa de ano novo em Copacabana... Ao sair vejo meus companheiros apontando suas armas para Valkiria.
     - Ainda restou uma,o que fazemos com ela? Diz Marcos, nunca tinha sentido tanto ódio na voz dele.
     - Ela está conosco, não teria sobrevivido sem a ajuda dela, vocês sempre me disseram que as vez matar não é a única opção, acho que eu resolvi tentar isso agora, confiam em mim? Ele sorriram para mim e começamos a caminhar para rua, onde tivemos de nos esconder para não sermos presos, pela polícia que estava chegando, na boa quando precisamos de uma polícia lenta, ela é rápida, caminhamos por algum tempo até José perguntar.
     - Para onde agora? Precisamos descobrir quem é o chefe deste grupo. José tinha razão, estávamos cansados, famintos e confusos, havia algo me escapando, algo que minha mente queria lembrar e não conseguia, algo que uniria cada peça solta deste quebra-cabeça, eu precisava descansar...
     - Tem vários motéis por aqui que não pedem identidade, podemos descansar em algum deles. Valkiria conhecia bem o lugar, nós concordamos e arrumamos dois quartos e fomos descansar, meus sonhos foram ruins, via a morte de minha família, via o demônio, e livros, muitos livros, lutava incansavelmente contra cada bruxo e bruxa que matei, foi quando alguém chamou meu nome e me sacudiu, senti mãos em meus ombros, por puro reflexo, girei o corpo e imobilizei a pessoa, era Valkiria, eu tinha uma faca na garganta dela, e ela me olhava assustada.
     - Você estava gritando e se debatendo, com esta faca na mão, fiquei preocupada, desculpa não queria assusta-lô. As palavras dela eram verdadeiras, eu a abracei e fiquei ali, por alguns bons minutos em silêncio, alguém bateu na porta do quarto, soltei ela, e fui verificar, eram José e Marcos, eles estavam com a bolsa que peguei antes de explodir a mansão, entraram, puxaram as cadeiras e começamos a ver o que sabíamos, e depois de duas longas horas, descobrimos que
estávamos as cegas.
     - Tem de haver uma ponta solta! Ninguém pode ser tão cuidadoso. Disse Marcos, Valkiria também não sabia nada que não soubéssemos, ela achava que Leonardo era o líder, eu sempre soube que não, mas achava que era alguém do grupo, não um observador externo. Quem tinha ligações com o grupo, mas não era um deles? Nada daquilo fazia sentido, eles tinham dinheiro, mas não podiam comprar tudo que era necessário para os ritos, olhei tudo que estava sobre a cama e minha mente clareou, com num passe de mágica, eu sabia, talvez soubesse desde
o inicio, era óbvio, estalei o pescoço e me levantei.
     - Preparem-se vamos caçar um maldito bruxo de verdade, e vamos mata-lo.
     Nos preparamos, pegamos nossas armas, nossos apetrechos santos, que eu nunca gostei, mas fazia parte do pacote de coisas necessárias para o trabalho, e caminhamos rumo ao nosso destino, paramos na porta do Internato, eles me olharam com ar de confusos, eu sorri, Valkiria tinha uma cópia da chave de um portão lateral, entramos calmamente para a parte de trás da internato e lá estava nosso alvo parado em frente um grupo de bruxos com bem mais idade que os
idiotas que matamos.
     - Vejo que você mudou de lado Valkiria, sempre achei que Você era o elo fraco do grupo. Paulo abaixou o capuz e o resto do meu grupo pode ver a face do mentor daqueles atos nefastos. - Como descobriram que era eu? Não me lembro de ter deixado nada que os ligasse a mim, deixei?
     - Seu único erro foi ser um mentor esforçado demais. Disse jogando os livros de línguas mortas na direção dele. - Os livros que faltavam na sua coleção, era muito fácil fazer com que eles fizessem todo o trabalho sujo, enquanto você e seu secto ficavam ricos com o dinheiro do Internato e o que eles te davam...

Ele aplaudiu minhas explicações, e sua mão brilhou e uma bola de fogo voou
na minha direção ( magos e sua obsessão por bolas de fogo), rolei no chão para escapar do ataque, Marcos acabou recebendo o ataque e voando uns bons dez metros, mas se recuperou rápido e nos
espalhamos para podermos ter alguma chance de vitória, era difícil vencer tantos bruxos de uma única vez, coisas começaram a voar para todas as direções e nós ali tentando sobreviver.
     - É só isso que podem fazer? Correr como coelhos assustados? Juro que esperava muitos mais de vocês! Paulo fazia cadeiras, mesas e facas de rituais girarem ao seu redor, isso tornava impossível minha aproximação, cada disparo que dava atingia algo de sua barreira, ele era uma bruxo poderoso, olhei bem em seus olhos e o maldito sorriu para mim, neste momento todo ao meu redor mudou.Eu estava novamente em minha antiga casa, meus pais e minha irmã estavam ali brincando e rindo, eu me vi ali, feliz como nunca fui depois da morte deles, tentei tocar os cabelos de minha mãe e não pude era apenas uma ilusão, doía demais ver como
éramos felizes, vi Paulo parado a poucos metros de minha família, ele moveu as mãos e fogo surgiu e começou a consumir minha família, os gritos, as expressões de agonia, eu podia ver tudo, ele estava me fazendo sofrer
novamente, tentei correr até ele, mas o fogo me queimava, reuni todas as minhas forças, toda dor e solidão e ignorando o fogo corri até ele com um ódio que me dominava, minha katana fez um corte profundo em sua perna esquerda e a ilusão desapareceu, olhei ao meu redor e a cena não era das melhores, José, Marcos e Valkiria estavam encurralados, sem a menor possibilidade de saímos dali vivos, precisava ser rápido e fazer algo que distraísse os bruxos, olhei para os lados e vi um transformador de energia, joguei minha espada lá, não podia me dar ao luxo de errar, a katana atingiu perfeitamente o transformador e o show pirotécnico começou, luzes e faiscas para todos os lados, fios elétricos se soltavam do poste perigosamente balançando no chão perto de meus amigos, olhei novamente para os lados e vi como aquilo acabaria de vez.
     - Corram para as árvores!!! Eles correram e eu corri para o outro lado,ficando encurralado com uma enorme parede da piscina nas minhas costas e todos os bruxo se voltaram para mim. - Vamos lá suas crias bastardas do Inferno, façam o melhor que puderem!!!
     Nunca... Nunca mesmo provoquem bruxos treinados sem uma grande plano, por sorte eu tinha uma grande plano, todos atacaram ao mesmo tempo, e eu subi para a beirada da piscina, o choque do ataque fez a parede ruir e a água inundou toda área que estavam os bruxos, foi só ai que eles se lembraram dos fios elétricos no chão, ainda bem que já era tarde, os bruxos fritaram, olhei meus amigos e Valkiria protegidos, odeio admitir mais estava realmente gostando dela, com
minha visão periférica vi um movimento a minha esquerda, parece que Paulo também havia previsto o meu plano, ele flutuava olhando seu s
équito morrendo a sua frente, com um movimento os fios saíram voando e os bruxos caíram, porém nada mais poderia ser feito, estavam mortos.
     - Juro que você vai ser arrepender de ter matado meus associados. Ele disse e uma espiral de energia brotou dele, todas as coisas no lugar voaram, e nós voamos juntos, eramos lançados em diversas direções, não havia nada em que pudéssemos nos segurar, caímos na lama próximos aos corpos eletrocutados, adagas atingiram nossas pernas e braçoos, todos menos Valkiria que parecia prever cada ação e se esquivar antes, lembrei da história de prever o futuro, isso
levantava ainda mais perguntas, por que ela não viu quem comandava seu grupo?
     - Por que não nos avisou sobre Paulo estar nos esperando? Não podia desviar minha atenção, havia um bruxo ensandecido tentando me matar, ele era a prioridade agora. Senti uma enorme pressão sobre meu corpo, e lá fui eu novamente pelos ares junto com Marcos e José, Valkiria calculou mal um dos saltos e bateu a cabeça em uma mesa e estava desmaiada no chão. - Vamos ver quem eu mato primeiro?
     Meu sangue congelou, era bons por nunca darmos tempo para os inimigos contra-atacarem, ali era um situação completamente nova para todos nós, de caçadores à caça, Marcos levou a mão ao peito e começou a se contorcer de dor, eu sabia o que era aquilo, o bastardo estava pressionando o coração de Marcos, arranquei uma das adagas e arremessei contra Paulo que se defendeu com
grande facilidade, José fez o mesmo, continuamos a atacar adagas, pedras, pedaços de coisas, tudo que estava a nosso alcance era usado, ele acabou sendo atingido por uma das pedras e desabamos na lama novamente, apanhei duas adagas e corri como um desesperado na direção de Paulo,que lança mesmo em pânico uma bola de fogo na minha direção, porém meu ódio era maior que a cautela, uso o que resta de uma mesa como escudo, me jogo sobre ele que tenta
me tirar de cima dele, ai olhos para ela e enterro as duas adagas em seus olhos lentamente até o cabo,penso em cada pessoa que ele matou ou corrompeu, observo o corpo inerte dele no chão, arranquei o coração dele, afinal era um bruxo, cuidado nunca é demais, e caminhei com um sorriso satisfeito para ver meus amigos, Valkiria estava lá os ajudando prontamente, arrastamos os corpos para a cozinha do Internato, e ateamos fogo neles e preparamos o lugar para
explodir, ficamos ali observando o lugar queimar e ruir, depois caminhamos para a saída com Marcos falando.
     - Nada como mais um trabalho concluído com a sua marca pessoal Gabriel, destruição, mortes e muitas surpresas, ou seja um dia comum com ações incomuns...
      Eu vejo uma arma caída, à apanhei, paro em frente ao portão, cruzo os braços e olho para os resto do grupo destravando a arma e apontando para eles, todos me olharam com olhos arregalados, e eu apenas sorri em resposta.
     - A natureza humana as vez me entristece, um homem usa jovem como peões em um jogo sujo pelo poder, vidas inocentes morreram sem uma razão real, porém o que mais me incomoda agora é uma única questão que ainda não conseguir entender. Aponto a arma para ela, estalo o pescoço, uma mania que tenho quando estou nervoso. -Você prevê o futuro apenas quando lhe é convêm,
Paulo podia ter te matado e não fez, por quê?
     Meus amigos olharam para Valkiria espantados e se afastaram pegando as adagas que ainda carregavam, ela por sua vez continuava com expressão de medo no rosto, eu faço um gesto que pede que abaixem as adagas, dou uma piscada para ela, que sorri em resposta, dou um passo na direção dela e sorrio e lá fora os pássaros que ainda estavam próximos dali voaram com o som de um único disparo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário