Prefácio
Jerusalém, trinta e três D.C.
No alto do Monte Calvário, três cruzes são
preparadas, porém, mas abaixo, homens são torturados, humilhados para mostrar o
poder do Império Romano, entretanto tudo fazia parte de um plano maior de
Demiurgo, pois, havia entrega o próprio filho em honra a nós mortais, em um
mundo corrupto e podre.
Dor, solidão, um peso de eras passadas e
futuras, por nós mortais, tudo isso sobre o ombro de um único homem.
Alguém que esteve aqui e lutou, falando de
amor, companheirismo, união, honra, perdão, fazendo-nos ver que todos somos
parte do criador, e mesmo assim foi traído por muitos do que andaram com ele,
posso dizer melhor, os que com ele caminharam, comeram, beberam, dormiram ao
seu lado, porém estes não o conheciam.
Alguns viam o profeta, outros o mestre,
porém quem via o homem? Aquele que alimentos uma multidão com cinco pães e dois
peixes, que amou um amor sincero e sem orgulho.
Mesmo assim ele caminhou por um longo
caminho sofrendo com um vil criminoso, sendo seu crime dizer a verdade, unir o
homem ao seu criador.
Mais não o veja como algo maior que você e
eu, ele era tão humano como qualquer um de nós, sentiu fome, medo, sede, solidão
e duvida.
Sim Christus era humano, tão humano que
sangrou. Em seu suplicio ele encontrou quem lhe cuspisse a face e quem jogasse
pedras nele, ainda assim encontrou forças para perdoar um ladrão.
Mais havia depois de tanta dor era chegada
à hora de que ele voltaria ao criador, assim ele morreu, porém deve seu lado
trespassado por uma lança, e dele saíram sangue e água...
O céu se escureceu e todos que ali estavam
perceberam o quanto errados estavam, uns mais que os outros.
A arma que feriu Christus se perdeu e
reapareceu pelos séculos e séculos, mas seu nome nunca será esquecido, pois ela
é a Lança do Destino...
Capítulo 01 – Uma Jornada de Fé e Dor
Se os homens abrissem os olhos e vissem
tudo que os cercam, com certeza ficariam loucos, eu sei bem disso, pois volta e
meia, eu penso se não enlouqueci, espero realmente que a sanidade ainda não
tenha me abandonado, pois mesmo perigoso eu ainda tenho muito a perder, deste
muito novo fui ensinado a viver segundo as ordens do Criador, tendo a Santa
Madre Igreja como sua porta voz, assim eu cresci e sempre quis saber tudo sobre
Christus, sobre como ele viveu o que fez onde esteve, era uma maneira de
sentir-me mais próximo com o Criador, acabei por me formar em historia e me
especializar na historia do cristianismo, acabei por dar aula na faculdade de
Nova York sobre o assunto, foi onde tudo começou ser eu soubesse o que me
esperava será que eu teria deixado minha secretaria passar o telefonema para
mim??? Duvido muito que Jeff Daniel teria desistido, ele era meu ex-professor,
umas das pessoas mais inteligentes do mundo, porém não muito sábio. Deixa eu me
apresentar sou Alexander Todd, sou negro, longos cabelos rastafári, um metro e
oitenta, um corpo bem trabalhado com arte marcial e natação, tenho olhos
castanhos com eternas olheiras que meus óculos escondem.
- Como vai meu mais brilhante aluno?Ainda
preso pelo pé ao Catolicismo? Ele perguntou, tentei levar na esportiva, mas era
muito difícil ouvi-lo falar assim de minha religião.
- Não estou preso pelo pé meu caro mestre,
apenas eu tenho em que acreditar, ao contrario do senhor que vive uma vida sem
fé. Minha responda foi um pouco acida, mas já estávamos acostumados com nossas
maneiras, tanto que sabia a resposta dele antes mesmo que ele a houvesse dita.
- Eu acredito em mim e na historia, os
fatos nunca mentem, mas não foi para discutir religião que eu te liguei,
preciso da sua ajuda em meu novo projeto e você sem sombra de duvida e a pessoa
mais apaixonada pelo tema que eu conheço você é quase um fanático. Hahahahaha.
Eu ainda não havia entendido o que ele estava falando, mas sabia que ele me
convenceria.
- Diga exatamente o que quer mestre que eu
vejo se posso lhe ajudar... Ele ficou em silêncio por alguns segundos.
- Preciso de você para achar a Lança do
Destino, tenho mapas e autorizações para escavar nos lugares que acho que está
a lança. As palavras dele saíram com tanta vontade que nem por um segundo eu
duvidei que ele pudesse fazer o que dizia, ele me conhecia bem mesmo, sabia que
eu amava a historia de Christus e tudo que ele representa...
- Você tem novas informações e quer a
minha ajuda para explorar o calvário? Minha emoção estaca a flor da pele, era o
meu sonho.
- Sim, tenho informações exatas que nunca
ninguém teve tudo que preciso é que meu melhor aluno vá comigo e que me ajude o
que me diz...
Foi a minha vez de ficar mudo, eu não
sabia o que pensar, tinha obrigações na faculdade, tinha seminários para dar e
agora meu sonho estava ali na minha frente esperando que eu me lançasse numa
busca insana pelo passado de Christus, e eu não poderia negar minha vontade.
- Quando sairemos?Minhas palavras eram
pura emoção, não me importava muito com o que aconteceria, eu queria estar lá.
- Isso meu caro, sairemos no fim de
semana, você tem uns dias para organizar suas coisas.
Em três dias tudo estava pronto e eu
poderia sair do país e ajudar nas escavações, logo estávamos em Jerusalém, por
dias eu fiz o que qualquer turista e via cada ponto sagrado da Terra Santa e
arredores, porém o trabalho me chamava e começamos as escavações, por dias
ficamos muito animados, mas a animação se transformou em cansaço, nada foi
encontrado, minha paciência foi acabando e por varias vezes, Jeff, usa
arrogância havia sido punida com aquele fracasso, seus fundo foram se acabando
e logo ele deve de partir, com nada mais que uma velha armadura, o que era um
achado medíocre em vista do que viemos buscar, eu fiquei ainda queria ir
visitar um colega na Jordânia, foi na noite anterior a minha ida a Jordânia que
ele apareceu em meus sonhos, era um lindo anjo, com grandes asas douradas e um
armadura que parecia ser feita apenas de luz.
- Vá para o Deserto do
Negueve, onde Ele te dará o que busca, mas quero que saiba que grande será o
peso daquele que carrega a lança e o mundo caminharam para luz ou para as
trevas tudo dependerá de tuas ações.
Assim como eu adormeci eu acordei, eu podia sentir a paz que aquele
sonho havia me dado, nada mais tinha importância, eu tinha que ir para deserto
e explorar o lugar mesmo que fizesse sozinho, eu faria, não podia ligar para
Jeff para dizer que um anjo havia me visitado e me dado uma localização mesmo
que vaga do lugar, então eu fechei minha conta no hotel e fui, consegui um
camelo e lá fui eu com pouca água, pouco dinheiro, mais cheio de fé. ”Deus
proverá”. Era esta a frase que toda hora vinha a minha mente e nem por um
segundo deixei de crer que estaria com a Lança em mãos antes do fim do dia, por
horas percorri o deserto a esmo, sem um sinal de onde deveria cavar,a água
acabou e logo a noite estava ali me acompanhando, foi quando ele voltou desta
vez, não parecia tão divino, era um jovem sentado em uma pedra, mais algo nos
olhos dele, me diziam que ele era o anjo que apareceu em meus sonhos, tão
rápido quanto eu pude estava de joelhos aos pés do anjo.
- Por que se lança aos meus pés? Disse o anjo, seus olhar era tão puro
que não me atrevi a olhá-lo nos olhos, ele se aproximou e me levantou, seu
olhar era de um amigo intimo, como se toda minha vida ele estivesse ali me acompanhando.
-“Ao único que é digno de receber a honra e a gloria a força e o poder, ao
Demiurgo imortal, invisível, mas real, há ele ministramos o louvor”, cave aqui
e encontrará o que busca, mais sabias que ao retirar o que buscas do solo terá
um peso infinito sobre o povo que nesta terra habita... Saibas que Demiurgo
estará sempre convosco, e mesmo quando olhar para o lado e tudo que ver for dor,
lembre-se Demiurgo não abandona os seus filhos.
As lágrimas me cegaram momentaneamente, quando minha visão clareou, ele
não, mas estava lá e tudo que me restava era um inebriante cheiro de rosas,
comecei a cavar com as mãos, nada me importava senão ter a Lança em minhas
mãos, às vezes penso se eu soubesse o que o futuro me reservava se teria
continuado, provavelmente não...
Arrastei-me até o hotel, minha roupas estava em frangalhos e minhas mãos
em carne viva. Levei mais de dez minutos para conversar o porteiro que era um
dos hospedes e outros cinco para explicar que havia sido assaltado ou agredido,
consegui subir para meu quarto tomar um banho, coloquei a Lança na pia, onde
conseguia ver, após terminar o banho é meu vestir percebi um homem sentado em
minha cama, era loiro com os cabelos preso em uma trança, tinha belos olhos
verdes, um sorriso cativante, usava um terno e uma, sobretudo completamente
branco, com uma gravata vermelha.
- Ola Escolhido de Demiurgo, venho até você para tratar de assuntos que
podem destruir o mundo que tanto ama. Sua voz era doce e forte como uma vinho
de boa safra, naquele momento eu soube estava perante o Primeiro Caído, O
Arcanjo Sombrio, aquele era Lúcifer... – Sabes que este Artefato, vai fazê-lo
um alvo de minhas Legiões, e cada ser humano ao seu redor será uma vitima em
potencial? Eu lhe dou a escolha de não perder todos que conhece, basta apenas
me entregar está Lança...
Corri meus olhos pelo quarto não havia a menor chance de fugir sabia
disso, ele me observava com uma expressão de bondade, juro que por pouco não
fiz o que ele pediu mais me lembrei de Christus e sorri, não cairia nas mãos do
Diabo assim tão fácil...
- Para trás de mim Satanás, não cairei em suas promessas, Príncipe das
Trevas, Demiurgo é comigo é nada me acontecerá.. Tinha convicção em minhas
palavras e sabia da força em minha fé, ele apenas sorriu aquilo congelou meu
sangue, lembrei de cada pessoa em minha vida e vi como seria fácil me
destruir... – Não pode fazer nada comigo, sabe que Demiurgo me deu está missão
por um propósito...
Ele se levantou da cama lentamente, arrumou suas roupas e caminhou até a
mim, de repente parou e sorriu, mas seu olhar não era para mim, olhava para
algo atrás de mim, não tive coragem de me virar, mas percebi alguém se
aproximando, ao passar por mim era um anjo, com alvas vestes, ele sorriu para
mim, seu rosto era de um jovem e seus olhos castanhos eram brincalhões.
- Olá meu caro irmão mais velho! Como tem andado? Ele disse, não era um
Anjo, era outro Arcanjo, ele falava com Lúcifer como se fossem ainda irmão e
aliados. – Uma pergunta sabes que não deveria estar aqui, certo?
- Meu irmãozinho, eu não estou tentando matá-lo, nem poderia, mas posso
falar com ele, estou apenas lhe dando uma opção que evite tanto sangue
derramado... Disse Lúcifer e eu ali entre seres seculares, que viram a fundação
do universo. – O que faz aqui meu irmão? E por que estas roupas tão fora de
moda, até parece que vai a uma festa a fantasia?
Não pode conter o riso, ao ver a cara do Arcanjo, ele passou as mãos na frente
do traje e suas roupas viraram um terno preto com uma gravata prata, se olhou
no espelho e sorriu para mim e para o irmão.
- Se o Rei deste mundo diz que estou fora de moda quem sou eu para
negar, vim aqui, pois nossos irmãos queriam saber o que está fazendo com o
Escolhido, já que não pode tirar a Lança dele a força. – Vamos Lúcifer isso não
deu certo com o Redentor, acha que vai dar agora?
- Gabriel Arcanjo da Morte e da Anunciação, sabes o quanto Christus
sofreu, é olhe pela janela agora, quantos ainda o seguem? Quantos se lembram de
todo o amor e bondade que ele pregou? Fazem guerras em nome Dele, mata-se em
nome Dele, Ele não precisava ter morrido...
Meu sangue novamente congelou, eu estava na presença de Gabriel, as
palavras de Lúcifer chegaram aos meus ouvidos e eu me peguei pensando em como
era podre a humanidade, faziam o mal em nome do bem, destruíram e matavam em
nome de Demiurgo e eu era parte desta podridão mesmo sem ter matado ninguém, eu
me sentia sujo e omisso...
- E uma questão de fé, sempre foi... Quando vai entender isso! Você
nunca teve fé no homem, por isso se recusou a se curvar. Gabriel brilhou por um
momento, tamanho era sua ira, depois voltou a parecer um jovem empresário. –
Agora vamos o Escolhido precisa descansar, pois grande será o peso a carregar.
Ele se voltou para mim e disse tocando meu rosto. – Espero de tenha uma grande
fé meu irmãozinho, pois precisará dela...
Eles se foram e eu adormeci não me lembro de ter me deitado, quando
acordei o telefone tocava, era Jeff, ele havia achado a armadura do soldado
romano e já tinha entrado em contato com o Governo de Jerusalém e dos Estados
Unidos, e eu havia adormecido por uma semana, levantei tomei um banho e me
preparei para partir, tínhamos um mês para estudar a lança no EUA, não
poderíamos perder mais tempo, porém o que vi me paralisou, do lado de fora da
janela havia dezenas quem sabe centenas de anjos e demônios parados me observando...
Continuei meus afazeres sabendo que a Roda do Mundo estava girando de maneira irrefreável,
arrumei minhas coisas e voltei para a América, fomos recebidos como heróis de
guerra com o Governador e o Presidente, recebemos medalhas de honra ao mérito,
tivemos nosso semana de celebridade, quando tive um tempo fui à igreja falar
com o padre de minha paróquia, ele ficou muito feliz em me ver, havia um mês
que eu não aparecia e fiz todas as minhas orações e confissões, foi quando a
imagem de Christus se quebrou na minha frente, ao olhar para trás vi Lúcifer
entrando na igreja, ele caminhava e as paredes pareciam envelhecer, ele me
sorriu com um ar amável e inocente... O Padre ao ouvir o barulho veio ver o que
havia ocorrido, não deveria ter vindo...
- Então é aqui que você fala com o Pai? Interessante um ser de alma
intocada e um líder de alma torpe... Ele caminhou até o Padre e começou a falar
cada pecado que ele cometeu, o padre caiu no chão aos prantos, ele arranhava o
rosto e suplicava por piedade, Lúcifer parecia se divertir com a agonia. – Veja
como é sujo o homem que te guia, sabes que por sua causa muitos sofreram, não
medirei esforços, só o deixarei em paz quando me entregar à lança.
Caminhei até o padre e o abracei, e senti a tristeza dele, logo o choro
dele se acalmou, olhei para Lúcifer minha raiva parece que iria me dominar, de
repente vi Gabriel me observando, seu sorriso me transmitia uma grande paz, me
levantei e caminhei na direção de Lúcifer, eu olhava no fundo dos seus olhos e
não conseguia sentir raiva dele, m ele me parecia uma criança que se rebela para
chamar a atenção dos pais.
- Deixe-o em paz, ele não lhe fez mal algum, não lhe entregarei a lança,
nem agora, nem nunca, olhe ao seu redor nada que fizer poderá destruir minha
fé, Demiurgo me escolheu e você não poderá mudar isso... Minhas palavras tinham
poder, por Lúcifer se virou e saiu, mas algo me disse que eu havia arrumado um
inimigo muito maior que eu...
Ao sair indo via os anjos e demônios a me observar, os demônios
começaram a descer dos prédios, eles não estavam com uma cara muito amigável,
tudo bem acha que deve ser muito raro ver um demônio com cara amigável, mas
vocês entenderam... Espadas foram sacadas e meu petrifiquei aterrorizado, porém
a legião angelical veio em minha defesa, começou uma batalha surreal, ninguém
além de mim parecia ver o que estava acontecendo, os vidros da catedral tremiam
com o impacto das armas, um anjo me empurrou de volta para a igreja, olhei para
trás e vi demônios entrando nos corpos das pessoas, percebi que os anjos
pararam de atacar os humanos que os demônios haviam possuído, eles começaram a
caminhar na minha direção.
- Fuja daqui, não podemos matar os demônios sem matar também os humanos.
Gritou um anjo que estava na porta em profundo desespero, corri o máximo que
pude, quando me afastei vi a igreja em chamas,meu coração doeu ao ver esta
cena, mas eu não podia mais voltar, voltei ao meu apartamento, onde achei tudo
revirado, sentei em minha cama e chorei, meu telefone tocou era a policial
avisando que Jeff fora encontrado morto em sua casa junto com toda sua família
e que a armadura que ele havia encontrado tinha sido roubada, naquele momento
me senti com muito medo do que estava me esperando, a policia me avisou que
mandaria dois agentes do FBI para me proteger, fiquei ali observando todo
aquele caos e minha mente começou a calcular o alcance que minhas atitudes e eu
não gostava nada do que estava imaginando, por que Lúcifer não me matava e
pegava a lança, precisava entender aquilo, peguei a bíblia, mas não havia uma
resposta sobre a situação que eu estava passando, caminhei de um lado para o
outro por muito tempo implorando por resposta e nada ocorreu, Adormeci...
Em outro lugar da cidade uma cidade um homem negro com traços mulçumanos
entra em uma loja de artigos antigos, e seguiu para os fundos, onde um estranho
grupo de homens usando túnicas com capuz, eles entoavam cânticos eram uma ordem
Mística... A Ordem do Oriente, eles estão na presença do maior assassino da
ordem, seu nome era Max “The Hunter”, ninguém sabia real nome do assassino,
sabiam apenas que ele sempre cumpria suas missões, não importava o quanto
arriscado ou difícil fossem, Max sempre volta com a missão cumprida...
- Se não é o nosso menino de ouro? Disse um dos homens retirando o
capuz, Max sabia bem quem era, era um dos empresários mais importantes de Nova
York, dono de dezenas de lojas de conveniência em todo território Americano,
ele caminhou até Max e apertou-lhe a mão com seu cumprimento secreto, era uma
mania, pois fora daquele circulo poucos sabiam da existência de tal culto... –
Bebe algo meu amigo?
- Não bebo estou estudando meu alvo, ele está em evidência no momento,
será um ótimo desafio. Max se permitiu sorrir, afinal eliminar alguém daquele
nível elevaria ainda mais sua fama em meio aos seus irmãos de Ordem, os
cânticos pararam e todos vieram falar com Max, ele se sentia bem em ter tanta
atenção, era um homem vaidoso, por isso não se importou em receber tanta
atenção... – Vocês têm mais dados sobre meu alvo?
Um envelope foi passado para ele, observou a foto e leu algumas informações
sobre sua vitima, não que ele se importasse era apenas mais uma bala para ele,
porém o que ele deveria subtrair após a morte do alvo era algo que lhe
arrepiava os pelos, quem controlasse aquele poder, poderia facilmente fazer o
Ocidente se curvar, a Lança do Destino era um artefato de grande poder, capaz
de canalizar a fé de todos os servos de Christus do mundo... Ele saiu depois
que a noite caiu, sabendo que não poderia errar, era o maior momento de sua
vida e nada poderia deter a mão daquele homem. Ele era o escolhido para trazer
a maior honraria a sua Ordem e nem os Deuses, nem os Demônios o impediriam de
terminar sua missão...
Fui acordado com alguém batendo na porta,
olhei pelo olho mágico e fiz um casal bem vestido com o distintivo na mão, eram
os agentes do FBI que estavam ali para me proteger, abri a porta e eles
entraram olharam todo o lugar em silêncio, procurando rastro dos invasores ou
escutas, eu sabia que aquilo não daria em nada, mas resolvi ficar quieto,
depois de mais de uma hora de buscas, com diversas vezes eles me mandando ficar
quieto, eles pareceram satisfeitos... O homem se voltou para mim sorrindo, era
apenas um rapaz com pouco mais de vinte e cinco anos, olhos castanhos cabelo um
pouco grande para os padrões do FBI, pele branca, parecia uma boa pessoa...
- Ola, sou o Agente Jason Smith e esta
aqui e minha parceira Lena White, fomos destacados para fazermos sua proteção,
amanhã haverá uma entrevista coletiva na prefeitura, onde o senhor falará sobre
o ataque aos seu amigo e sobre o fato de que não cederemos a ameaças de seja lá
que for... Fiquei ali olhando o Agente Smith e pensando que daqui a pouco ele
me daria o meu discurso e tudo mais, olhei para a Agente White, ela não havia
dito uma única palavra estava ali me observando, era extremamente bonita, pele
morena provavelmente descendente de latinos, um corpo escultural, cabelos
negros compridos, e um olhar penetrante, mas não tinha tempo para aqui,
precisava pensar em como não acabar matando estes dois jovens que pensavam que
poderiam me proteger... Tentei dizer que não iria, mas o prefeito havia deixado
a noticia vazar e nada mais poderia ser feito, e lá estava eu em frente a uma
multidão de rostos estranhos, eu sabia qualquer um ali poderia ser inimigo em
potencial, o Prefeito começou a fazer seu discurso e algo me mandou saltar para
a direita, ao fazer isso ouvi um estampido e algo molhado caiu sobre meu
rosto... Uma gritaria começou e quando me levantei pude ver o Prefeito morto
com a face destruída por um tiro, os Agentes me tiraram do palco, e me levaram
para a sede do FBI, eu estava em choque não podia imaginar isso, aquela bala
era para mim, e algo me dizia que não era ação de um demônio, era muito suja e
estranha, pelo visto não era o único que pretendia manter a lança fora do
alcance dos celestiais e infernais, isso estava ficando a cada segundo pior...
Minha opinião e protestos foram ignorados,
fui jogado num carro que disparou para a Sede do FBI, onde me trancaram em uma
sala por horas, muitas perguntas e nem uma certeza, eu cont5ei para eles a
verdade e riram de mim, alegaram que eu estava sobre grande estresse e que nada
do que eu dizia era real, pelo amor de Demiurgo eles não sabiam que eu causaria
mais mortes que Helena causou em Tróia, eu poderia causar o Apocalipse, mas
resolvi que não poderia causar tanto mal assim afinal Demiurgo está sempre
comigo, caminhei ao ginásio do FBI, precisava me exercitar e como sou mestre em
Muay Thai era hora de socar alguma coisa, treinei por horas sem o menor
problema, já era noite quando senti um cheiro podre tomar o ambiente e sombras
se esgueirarem me virei para olhar o local e nada aconteceu, um dos agentes foi
me informar que eu seria mandado para outro lugar, fui tomar uma banho em
alguns momentos estaria fora dali e eles não seriam feridos como o Prefeito
havia sido, foi quando o vi, uma demônio tinha o pele queimada, era desprovido
de olhos e tinha um sorriso medonho...
- Nossa não é que você existe mesmo! O
portador da Lança, o guardião do artefato. Ele caminhou em minha direção, em
sua cintura havia uma Katana, de cabo e bainha de ossos, pude sentir o cheiro
fétido de seu hálito, porém assim como Lúcifer ele não tocou em mim, ficou me
mirando com o buraco onde deveria estar os olhos. – Me entregue a Lança ou terei
de matar cada ser vivo neste prédio.
Meu corpo de repente ficou frio e eu puder
ver mais demônios surgindo de diversos lugares, era uma Legião, pronta para
matar e torturar aquelas pessoas inocentes, novamente eu era um arauto da morte,
isso não parecia certo, neste momento um Agente entrou, todos olhamos na
direção dele, pude ver o espanto nos olhos dele, que sacou a arma e começou a
atirar, porém as balas nada faziam com os demônios, senão irritá-los. Eles se
lançaram sobre ele, partes do corpo dele eram arrancadas enquanto ele ainda
estava vivo, os gritos dele eram horrendos, corri sabia que pouco podia fazer
para ajudá-lo, mas eu tentei, porém ele estava morto quando consegui chegar ate
ele, sai do ginásio, diversos Agentes estavam vindo em minha direção e eu
fiquei na frente da porta tentando impedi-los de entrar naquele que de certo
seria o último local que colocariam os olhos, mas eles passaram em viram os
demônios, muitos enlouqueceram e atiraram sem fazer mira, foram mortos em
minutos, o Agente Smith e a Agente White me tiraram de lá, o mais rápidos
possível, entramos em um carro, e percorremos muitos quilômetros até que o
Agente Smith parou em uma Igreja Protestante e me levou lá para dentro...
- O que está acontecendo? O que eles querem
de você? O Agente parecia estar à beira de perder o controle, seus olhos
estavam injetados, um misto de dor e tristeza que eu nunca vou esquecer...
- O que acha que eram? Eram servos do
Inimigo, soldados do inferno, eles queriam a Lança do Destino, porém não posso
entregar uma relíquia desta nas mãos do Demônio pode abalar o mundo inteiro, eu
tenho que ficar sozinho, vocês não devem ficar perto de mim, eles me
descobriram onde quer que eu esteja... As lágrimas desciam fartas pelo meu
rosto, eu sabia que Lúcifer não desistiria tão fácil da Lança e eu não sabia
quantas mortes ainda poderia suportar em minha consciência, olhei a igreja
calmamente como um turista em visita, observei a cruz no alto do púlpito e
esfreguei as mãos no rosto, tentei me levantar, mas o Agente não me permitiu.
- Aqueles homens morreram para te
defender, te deixar sozinho agora não fará diferença alguma. Disse a Agente
White, que também chorava.
Ali ficamos por muito tempo, apenas
rezando pelos mortos e por nós mesmos, era incrivelmente louco como minha vida
havia mudado em pouco tempo, eu era apenas um humilde professor, agora
sustentava um objeto que nem fazia idéia de seu real poder...
Um vento forte abriu a porta dupla e lá
fora os demônios riam e esperavam que saíssemos, estávamos encurralados como
ratos, apenas a fé imbuída ao lugar nos mantinha salvo, eles começaram a
possuir as pessoas que passavam na rua e isso me levou ao desespero, tentei
correr para porta, mas o Agente Jason estava no meu caminho, me ajoelhei e
comecei a rezar era tudo que podia fazer naquele momento, de repente fui tomado
por uma imensa calma e meu corpo começou a brilhar e a luz foi se expandindo,
tomou a igreja e depois partiu para rua, era como se uma redoma crescesse a
partir de mim, cada alma tocada repeli o mal que se apossava dela, os demônios
foram recuando para sombras até que desapareceram deixando o caminho livre para
nós, os Agentes me olharam com grande espanto, eu também estava surpreso com
aquilo...
- Vamos sair daqui, podemos ficar na minha
casa até descobrimos uma maneira de lutar contra esses malditos, Jason pegue o
carro, eu vou com o Senhor Todd para o fundo da igreja... Disse a Agente White
me puxando para os fundos da Igreja, enquanto o Agente Smith ia buscar o carro,
ao chegarmos à rua atrás da Igreja vimos alguns demônios atacando uma linda
jovem, saquei da Lança e me lancei sobre ele, bastou um único toque para que
ele queimasse, juro adorei o poder de destruição que ela tinha contra os
demônios, me levantei, a Agente White colocou a menina atrás dela, e ali estava
eu de frente a mais de meia dúzia de seres infernais, cada passo que eu dava
eles recuavam, então parti para o ataque, quando dei por mim estava sendo
arrastado para o carro pela jovem que tínhamos salvado...
- Quem é este ai? Perguntou o Agente
quando empurrei a garota para o banco traseiro do carro...
- Sou Micaela Jones, e que diabos aqueles
demônios faziam aqui? Ela tinha uma inocência no olhar, era ruiva, um belo
corpo, altura mediana, mas algo que dizia que ela traria problemas, o carro
percorreu a cidade até chegar à casa da Agente, era um lugar simples, mas
bonito, entramos e começamos a conversar sobre tudo que estava acontecendo,
arrumei um coldre e prendi a Lança, para mim aquilo era quase um sacrilégio,
mas precisava ter acesso fácil a ela...
Precisávamos dormir, eu fui para um quarto
e comecei a rezar, senti uma presença no quarto e lá estava ele novamente
Lúcifer, não me assustei com a presença dele, continuei meu clamor a Demiurgo,
ele se sentou e esperou pacientemente eu terminar...
- Ola! Vejo que decidiu colocar cada um
dentro desta casa em perigo, e agora você sabe que eu não sou o único a querer
a Lança, cada ordem mística, cada fanático religioso quer essa arma e você está
entre nós e o nosso desejo, esta jovem que você salvou, acha mesmo que ela é
uma aliada enviada pelo criador? Não é não, ela é uma bruxa que vai mentir
manipular e corromper quem puder para ter o que deseja e o mais engraçado é que
você não poderá provar nada! Será a sua palavra contra a dela, e ela é tão
inocente né? Lúcifer realmente se divertia com aquela situação e eu o detestava
cada vez mais, ele caminhou pelo quarto olhando os objetos, sem tocar
diretamente em nada, parou na minha frente e me olhou de maneira seria. – Você sabe
que não precisa passar por isso e nem ver tantas pessoas morrerem, como vão
viver as famílias dos agentes que morreram tentando te salvar? Quantos ainda
terão de morrer para que você para de lutar e me entregue a Lança?
Lúcifer desaparecem depois de ter plantado
a sombra da duvida em minha alma, voltei a rezar e pedir forças, e adormeci,
quando acordei era quase meio dia, sai da cama tomei meu banho, podia ver os
demônios do lado de fora da casa, via alguns anjos envolta da casa, quando
olhei para o espelho vi Micaela sentada na cama me olhando, podia jurar que
tinha visto uma aura rubra ao redor dela...
- Então você, está mesmo com a Lança que
matou Christus? Posso ver? Ela falava com uma naturalidade sobrenatural, quase
me lembrou a eloqüência de Lúcifer, havia poder naquelas palavras eu podia
sentir em minha alma, parecia que a Lança estava me dando alguns dons, caminhei
e resolvi tentar uma coisa que às vezes conseguia fazer.
- O que você deseja de verdade aqui? Pude
sentir virtude saindo de mim ao dizer tais palavras, como se quem ouvisse fosse
obrigado a dizer a verdade...
- Eu vim roubar a Lança e te matar... O
rosto de Micaela demonstrou o espanto em ouvir a verdade saindo de sua boca,
ela levou a mão aos lábios e sorriu, ela realmente não parecia se importar em
me dizer a verdade. – Não sabia que também era um iniciado, mas não me importo,
nunca acreditaram em você mesmo, ninguém consegui duvidar do que digo e um dom
muito útil quando se é uma feiticeira...
Eu fiquei paralisado com a demonstração de
poder dela, ela não sentia medo ou qualquer coisa parecida, ela enfiou a mão em
uma dos bolsos de sua roupa, retirando um potinho, dele derramou um pouco de
tinta preta e lançou no ar, o ambiente inteiro ficou escuro e eu não podia ver
nada na minha frente, caminhei de volta para o banheiro, que também estava
escuro, mas ainda podia chegar à janela, pela qual eu queria sair, porém antes
que eu pudesse sair, vi chamas vindo na minha direção, saquei a Lança e a
coloquei na minha frente e uma espécie de escudo se formou detendo as chamas e
a escuridão gritei por ajuda e os Agentes logo estavam no quarto, toda a
escuridão havia sumido e Micaela estava parada lançando chamas sobre mim, o
Agente Smith a golpeou na nuca e ela desmaiou, eu achei fácil demais, porém não
fiz nenhum comentário, eles a amarraram, e ficamos ali esperando ela acordar,
eu contei o que tinha ocorrido, falei da visita de Lúcifer, do que ele tinha me
dito, do que Micaela havia me falado do ataque dela, depois de algum tempo ela
acordou as lágrimas, perguntando por que estava presa, alegando no se lembrar
de nada...
- Você está mentindo! Fale a verdade para
eles... Eu estava realmente irritado com tudo aqui, não acreditava que ela
pudesse mentir tão descaradamente, porém minhas palavras só aumentaram o choro,
todos me olharam como se eu estivesse possuído, eles acreditavam nela, como era
possível que ninguém visse que era tudo uma grande mentira, no final acabaram
colocando a culpa nos demônios e alegando que Lúcifer estava tentando nos
separar, pois havia um motivo para estarmos juntos, odiei quando Micaela me
olhou com ar de vitória, porém não havia nada muito que eu pudesse fazer,
deveria ficar de olho em Micaela e tentar fazer as pessoas verem a verdade
sobre ela, sabia que seria difícil, eu não entendi nada de magia e ela parecia
ser bem poderosa, resolvi ignorar por hora este problema, afinal não poderia
resolvê-lo agora, juntei o máximo de símbolos religiosos que pude eu rezei
sobre eles, queria colocar fé em cada objeto naquele momento talvez impedisse
os demônios de entrarem, mesmo que isso não se aplicasse a Lúcifer que parecia
ser mais forte que tudo que conhecia, eu sabia que enquanto estivesse ali, os
demônios ameaçariam cada um de meus companheiros e eu não queria que eles
morressem, era tarde quando eu dei por mim, fomos jantar, conversamos
amenidades ficamos conhecendo uma pouco mais da vida uns dos outros,
precisávamos ter confiança no grupo ou não sobreviveríamos, mesmo Micaela
parecia mais a vontade entre nós, assistimos televisão e bebemos umas cervejas,
não havia mal nisso, foi quando o telefone tocou a Agente White atendeu e sua
expressão mudou radicalmente, lágrimas surgiram em sua face, ficamos sabendo
que sua mãe havia tido um infarto e que tinha morrido, não era coincidência era
o mal novamente agindo sobre as nossas vidas, minando nossa fé, partimos para o
hospital, e fizemos tudo que era necessário para o enterro.
- Agente White, isso é minha culpa, peço
que me perdoe. Disse a ela, não sabia o que dizer, ela me olhou e me abraçou
chorando, não havia ódio por mim, havia apenas dor pela perda da mãe, o que me
fazia me sentir ainda pior...
- Não é sua culpa, e pode me chamar de
Lena, precisamos resolver isso o mais rápido possível, temos de descobrir o que
fazer com esta Lança... Lena parecia muito mais forte do que eu imaginava, ela
ligou para os parentes e assim se passou mais uma noite, ao amanhecer Jason já
tinha ido buscar roupas para o enterro, dentro do hospital eu podia ver anjos e
demônios trabalhando, levando as almas para seu descanso merecido, seja no Céu
ou no Inferno, eles não pareciam se importar comigo, no máximo me olhavam,
alguns me olhavam outros apenas me ignoravam, caminhei perdido pelo hospital,
até acabar em um quarto onde um velho estava sentado sozinho, ele me viu e
sorriu...
- Você é um anjo meu filho? A pergunta do
senhor me pegou de surpresa, ele tinha um forte sotaque da quem vivia em Nova
Orleans, eu olhei para o chão, envergonhado por ter causado tanta dor as
pessoas que tentavam me ajudar. – Você brilha e cheira como um deles, mas não
consigo ver suas asas, você deve ter vindo me buscar, já to pronto...
- Não sou um anjo senhor, tudo que tenho
feito e colocar meus amigos em perigo, Demiurgo quer algo de mim, mas não sei
como fazer. Minhas palavras eram sinceras e repletas de tristeza, o senhor de
pele negra e enrugada segurou minha mão e novamente sorriu para mim, eu podia
sentir a paz e a caridade vindo dele.
-Não sei quem é Demiurgo, mas tudo nesta
vida tem uma razão e apenas Deus saber, e na hora certa você vai descobrir e
vai rir por nunca ter pensado nisso... Disse o velho, caminhei de volta para
onde Lena, Jason e Micaela estavam, e me sentei esperando à hora de sairmos
dali rumo ao cemitério, fomos em silêncio, ninguém tinha clima para conversar,
o enterro ocorreu como era esperado, então bem no final, uma imensa tempestade
caiu sobre nós, eu senti em meus ossos que aquilo não era natural, havia algo
muito ruim na tempestade, raios começaram a cair, nas árvores próximas, foi um
pandemônio, numa colina próxima estava à causa de tudo isso, um homem coberto
por um sobretudo vermelho, um assassino pronto para matar todos ali para
cumprir sua missão e eu estava começando a me irritar com ser sempre o alvo...
Talvez fosse hora de deixar de ser a vitima e ser o caçador, não o caçado, corri
na direção dele, pude ver que era um homem forte e que parecia ter gostado do
fato de ter me afastado do restante do grupo...
- Sabia que você estaria no enterro da mãe
de sua protetora, isso facilita muito meu trabalho... Ao gritar isso em meio à
tempestade, ele sacou uma arma e disparou contra mim, novamente antecipei a
ação dele graças a Lança, continuei avançando, mesmo na chuva e com o assassino
atirando contra mim, saquei a Lança e os olhos dele brilharam ao vê-la, era
mais um atrás dela e eu não deixaria que levasse, surgiram em suas mãos um par
de sabres, que tinham as lâminas tinha um brilho esverdeado, e eu soube que não
seria uma luta fácil, mas continuei correndo até estar no campo de ataque dele,
não levou nem um segundo até que ele me atacasse, defendi o primeiro ataque que
veio na direção de minha mão, porém com a rapidez de uma serpente ele atacou
com o segundo saber fazendo um corte superficial em meu braço esquerdo,
imediatamente, meu braço ficou dormente, Áquila lâmina estava envenenada, e eu
tinha caído direitinho no plano do meu assassino, houve um segundo corte em
minha perna direita, eu mal me sustentava em pé, foi quando escutei um
estampido e vi o assassino desaparecer em meio a um fogo verde... Olhei sobre o
ombro e vi Lena com a arma ainda riste, depois disso tudo escureceu e eu
desmaiei. Quando acordei estava na casa de Lena, deitado, ela estava ao meu
lado e sorriu para mim...
- Quanto tempo fiquei dormindo? Minha
cabeça estava pesada e meu corpo dolorido.
- Uns três dias, Micaela salvou sua vida
com a magia dela, ela não é tão má quanto você disse, deveria se desculpar com
ela... Disse Lena afagando minha cabeça, olhei para ela, nunca tinha visto
tanta ternura, me contive, olhei meu corpo, eu estava curado, odiei a idéia de
dever um favor a Micaela, mas não podia reclamar precisávamos descobrir uma
maneira de nos salvarmos e nada parecia funcionar...
- Precisamos resolver o que faremos e para
onde levaremos a Lança, a cada segundo mais gente parece querer esta Lança...
Me levantei e caminhei pelo quarto, foi quando ouvi um gritar de espanto vindo
de Lena, me virei e vi um demônio com uma espada na garganta dela. – Solte-a
maldito ou eu juro que destruo você!
O demônio sorriu e pressionou a lâmina
fazendo escorrer um filete de sangue do pescoço de Lena, o meu coração quase
parou, Lena se debatia o que não ajudava muita a minimizar o ferimento, então a
janela do quarto explodiu e um homem de chapéu e terno entrou por ela, eu me
joguei para longe do que era a janela, ele sorriu para mim e piscou o olho,
quem era este cara? E por que ele agia como se fossemos amigos?
- Vejam o que temos aqui? Um demônio
patético usando uma bela jovem como refém, se não solta-la agora eu vou
estouras sua cabeça demônio maldito... Havia confiança na sua voz, mas eu não
achei que ele pudesse fazer isso, na verdade não sabia nem quem ele era e nem o
que poderia fazer.
- Vamos mortal atire e veremos se você tem
a mira que ouvi falar, vamos humano use sua arma que mata a minha raça. Disse o
demônio, aquela conversa estava ficando cada segundo mais sem sentido, eu
saquei a Lança mais sabia que não era rápido o bastante, o homem casou uma arma
negra e atirou... E errou, a bala entrou no ombro de Lena que caiu, ele atirou
novamente, desta vez matando o demônio, corri para socorrer Lena, mas não fazia
idéia de como fazer isso, ele me empurrou e pegou ela no colo.
- Eu sei quem pode salva-la, posso levá-la
voando que será bem mais rápido que de carro. Antes que eu pudesse responder, o
homem saiu voando, corri para sala e apanhei a chave do carro, e Jason e
Micaela me seguiram, corri para dentro do carro seguindo o maldito homem, eu o
persegui por várias quadras, até ele pousar em um prédio praticamente
abandonado, subi correndo e vi.
Ela estava deitada no chão e um homem
estava sobre ela, de suas mãos saiam uma luz dourada, eu pude ver a bala sair
sozinha do corpo dela e o ferimento se fechar, meus olhos não podiam acreditar
no que eu estava vendo, foi quando sentir a Lança aquecer junto a minha pele,
as sombras entraram nos moradores de rua e seus olhos ficaram negros, de um
negro opaco, sem vida...
- Mantenham eles longe de nós para que eu possa
acabar de ajudar sua amiga, não posso parar neste ponto. Disse o mago mendigo,
enquanto continuava a curar Lena nos posicionamos ao redor deles, Jason sacou
sua arma ao mesmo tempo de o cara de chapéu. – Sem armas, eles não são culpados
por nada Carlos...
Ambos guardaram suas armas e cerraram os
punhos, estava na hora de movimentar um pouco nossos corpos feridos e cansados,
socos, chutes e cabeçadas, muito sangue até que não restasse uma único medingo
em pé, Lena estava inconsciente, mas bem estávamos saindo do prédio, eu
carregava ela quando meu celular tocou, coloquei-a no carro e atendi.
- Ola? Confesso que atendi ao telefone com
certo medo e eu estava certo em ter medo, era Marcus meu melhor amigo me
dizendo que eu deveria ir as Torres Gêmeas, meu afilhado Bruce, havia sido
seqüestrado e os sequetradores queriam a Lança, juro que não estava surpresa
com o que queriam como resgate, e lá fomos nós para as Torres Gêmeas, eu sempre
adorei a vista lá de cima, haviam diversos agente federais ali, em telefones,
com computadores, parecia que toda uma divisão do FBI estava ali, não era para
menos Bruce Grace era o herdeiro da Grace Company, a maior empresa de
informática do mundo, era no mínimo estranho me ver chegar ali, com apenas dois
se agentes, ninguém tentou me deter provavelmente sabiam de minha chegada. Fui direto até Marcus – Me explica o que
aconteceu com o Bruce!
- Não sei bem o que aconteceu, eu estava
aqui no escritório, quando a Mary me ligou, dizendo que todos os seguranças
estavam em pedaços e Bruce havia sumido, quando ela desligou o seqüestrador
ligou, ele queria a Lança que você achou ou vai matar o Bruce, você tem... As
palavras morreram na garganta de Marcus, ele sabia que serio muito difícil
entregar o item para os seqüestradores, e ele nem fazia idéia que eram
demônios, aqui ia de mal a pior em uma velocidade incrível, ficamos lá por
muitas horas já havia amanhecido há muito tempo quando resolvi sair dali e
voltar para casa de Lena.
Ao chegar do lado de fora, vi Bruce
correndo em minha direção era um milagre, porém parei e comecei a rezar,
poderia haver um demônio no corpo do menino, mas nada aconteceu, de repente
fomos surpreendidos com um grande barulho no céu, ao olhar vimos uma cena
incrível, um avião voando muito baixo, o que aconteceu depois, será uma cena
inesquecível, o avião se chocou contra o prédio, fiquei paralisado de horror,
quem poderia ter feito aquilo? Por que Lúcifer faria aquilo? Olhei ao redor e
percebi que até os demônios no local estavam admirados, aquilo era obra de
seres humanos, se é que podemos chamar um ser deste ripo de humanos, bombeiros
e policiais chegavam ao local quando dei por mim, Bruce estava sentado chorando,
e outro avião atingiu os prédios, tudo começou a vir a baixo, destroços, pedras,
tudo despencava em uma grande velocidade, corri para impedir que um pedaço do
prédio caísse em cima dele, consegui salva-lo mais foi atingido no ombro, mesmo
entre tanta poeira conseguimos sair vivos dali, o que não posso dizer de
centenas de pessoas que morreram ali, centenas de vidas ceifadas por que um
louco achou que tinha o direito de demonstrar seu poder sobre uma nação que
considerava inimiga, loucura e morte seguem este tipo de gente, fui ao
hospital, meu ombro estava quebrado, fui medicado e voltamos para casa de Lena,
a cidade parecia se incendiar, eu estava na varanda quando vi Gabriel, ele
caminhar de maneira triste pelo quintal, desce e fui falar com ele.
- Como pode deixar que isso acontecesse?
Você deveria ter impedido, tentas pessoas morreram... As lágrimas desciam pelo
meu rosto e eu me sentia péssimo, ele me olhou havia lágrimas em seus olhos
também, então ele caiu de joelhos como se sentisse o peso do mundo em suas
costas.
- Livre arbítrio, os seres humanos podem
fazer tantas coisas, mas insistem em odiar e destruir sua própria espécie,
ninguém imagina que fossem fazer isso, porém eles fizeram. Gabriel soluçava
entre as lágrimas, parecia tão frágil e ferido, ele olhou para cidade me
segurou no colo e correu na direção dela alçando voou, voar era uma experiência
maravilhosa, a cidade ardia e eu observava, descemos em um beco e Gabriel
apontou para uma Mesquita, ela estava cercada, centenas de pessoas com paus e
pedras, destruindo e atacando que tentava sair, corri para lá e fiquei entre os
agressores e os agredidos.
- O que pensam que estão fazendo? Por que
estão ferindo estas pessoas? Perguntei mesmos sabendo a resposta, eles estavam
com muito medo e feridos e queriam descontar sua dor em qualquer um que fosse
diferente.
- Não queremos estes terroristas aqui em
nossa cidade! Disse um homem que portava um taco pregos nele, ele parecia com
tanto medo e raiva que me assustei.
- E como podem provar que eles são
terroristas? Eles são Americanos como nós e não são assassinos como vocês
dizem! Isso não nos fará melhor do que aqueles que nos atacaram, perdemos
tantos hoje, eu perdi meu melhor amigo, sua esposa e só não perdi meu afilhado
por que ele não havia entrado no prédio e nem por isso estou atacando esta
gente, olhem para eles! São tão vitimas quanto nós... Duvido se muito deles
também não perderam parentes e só estamos piorando tudo, eu... Minhas palavras
foram morrendo e eu comecei a chorar toda dor e tristeza está muita mais viva
que eu poderia imaginar, as pessoas me olhavam alguém gritou que eu também
deveria ser um terrorista e uma pedra me atingiu eu cai, alguns me chutaram e
me atiraram pedras, então um grupo se jogou sobre mim para me proteger, eram
Cristãos, Islamitas, juntos me defendo, mesmo com bastante dor, pude sorrir e
me unir a eles, ficamos ali parados de mãos dados fazendo nossas preces, o povo
mais exaltado foi se dissipando, indo para suas casas, para suas famílias,
Gabriel observava tudo a distância com um sorriso nos lábios, parece que ele
tinha restaurado sua fé nos humanos.
Muito bom!!!
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